15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: alergia à tainha

Introdução/Fundamentos

Introdução:Estima-se que a alergia ao peixe afete 0,1 a 0,4% da população colocando-o na lista dos 8 alimentos mais alergênicos. Tal reação alérgica é normalmente do tipo I, mediação de IgE e apresentação imediata podendo ser também provocada por hipersensibilidade via imunocomplexos ou mecanismos não imunes como intoxicações ou intolerância a algumas proteínas como as parvalbuminas, vitelogenina, enolases e aldolases.Até 67% dos alérgicos a peixes possuem sensibilidade para múltiplas espécies, relacionada à reação cruzada com o alérgeno maior parvalbumina, responsável por reações em 90% dos pacientes.A parvalbumina apresenta homologia entre espécies e varia em quantidade e isoformas nos peixes alergênicos.Em relação às vias de sensibilização temos a ingestão, a via respiratória ou manuseio direto de modo a acarretar um amplo leque de manifestações clínicas como rinite, angioedema, dor abdominal, urticária e anafilaxia.Geralmente os sintomas ocorrem na primeira exposição, entre 11-16 anos. O diagnóstico é feito por prick test e RAST para parvalbuminas. Pode ser feito prick-to-prick, como a tainha do caso, dependendo da disponibilidade de RAST para os peixes consumidos localmente. Porém, o padrão-ouro ainda é o teste de provocação oral.

Objetivos

Objetivos:relatar o caso de um paciente alérgico às parvalbuminas contidas nas proteínas de peixes.

Caso

Relato de caso:WL, 34 anos, masculino, refere sensação de aperto na garganta e dispneia após ingerir sushi de salmão cru, com melhora após 30 minutos. Comeu novamente salmão e outros peixes(tainha,peixe-espada e peixe-porco), apresentando novos episódios de sensação de aperto na garganta. Nega angioedema associado. Assintomático ao ingerir camarão. História prévia de rinite e sopro cardíaco em acompanhamento. Prick test positivo para carne de porco 3 mm; peixe 5mm;tainha 13mm (prick to prick) e RAST para parvalbumina positivo para salmão e tainha.Orientado a excluir peixe da dieta.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão:a alergia à tainha possui reação cruzada com outras espécies devido às parvalbuminas e, com a falta de ensaios específicos para a variedade de tipos de peixe,o prick-to-prick torna-se a solução para diagnóstico.O tratamento consiste em evitar peixes de todas as espécies na dieta, de maneira crônica, além de manejar reações agudas que porventura ocorram.Também deve-se atentar ao risco de contaminação cruzada. Se disponível, empregar a imunoterapia.

Palavras-chave

alergia a tainha, parvalbuminas, enolases,aldolases

Área

Clínica Médica

Autores

Mariana Sandy Mada, Andrezza Fabrízia Bertoli, Jane da Silva , Vinícius Boaventura, Cloves Domingos Rufino