Dados do Trabalho

Título

Diagnóstico de Poliarterite Nodosa Clássica: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

Poliarterite nodosa (PAN) em sua forma clássica consiste em uma vasculite de vasos de médio calibre, que cursa com e inflamação necrosante transmural e segmentar das artérias musculares e múltiplas dilatações nas artérias dos rins, fígado e outros órgãos internos.

Objetivos

Relatar caso de Poliarterite Nodosa, ressaltando os métodos utilizados para se chegar ao diagnóstico.

Caso

Estudo de caso de M G, mulher, 67 anos, admitida com epigastralgia irradiando para região retroesternal, associada a vômitos, diarreia e fraqueza em membros superiores. Exame físico (EF) e eletrocardiograma sem alterações e Tomografia computadorizada (TC) de abdome com alterações compatíveis com processo inflamatório/infeccioso. Recebeu alta com Ciprofloxacino via oral. Retornou cinco dias depois com persistência da dor abdominal difusa e intermitente. Endoscopia digestiva alta sem alterações e nova TC de abdome apresentando sinais de provável vasculite. Leucocitose e PCR elevada. Iniciado Piperaciclina + Tazobactam. Apresentou fator reumatoide não reagente (NR), sorologias para hepatite B NR e Angio TC abdominal com sinais de vasculite de médios vasos acometendo ramos viscerais abdominais, Angio TC cerebral sugestiva de vasculite de médios vasos envolvendo artérias cerebrais anteriores, médias e posteriores. Solicitado parecer para a reumatologia que considerou provável vasculite de médios vasos (Poliarterite nodosa, acometendo artéria mesentérica superior e seus ramos) e Arteriografia abdominal, que demonstrou achados característicos (contas de rosário) na artéria gastroepiplóica, extensas irregularidades nas artérias segmentares intra-hepáticas, confirmando diagnóstico de Poliarterite Nodosa clássica e iniciado tratamento da mesma.

Conclusões/Considerações finais

A PAN consiste em uma doença multissistêmica, a qual tende a acometer mais o sexo masculino, está associada ao vírus da Hepatite B em 5% a 7% dos casos. Apresenta-se com sintomas constitucionais, além de sinais e sintomas associados à vasculite, tais como fadiga muscular e dor abdominal. Trata-se de uma doença rara e de difícil diagnóstico pela variedade de manifestações clínicas e evolução. O prognóstico da PAN com instituição de tratamento precoce atinge uma taxa de sobrevida em cinco anos maior que 80% e na ausência de tratamento essa taxa cai para menos de 15%. Tendo em vista a eficácia e simplicidade do tratamento da PAN, seu rápido diagnóstico e instituição da terapêutica garantem melhor prognóstico ao paciente.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica