15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E DIABETES MELLITUS: A HIPERGLICEMIA PODE SER CONSIDERADA UM CENÁRIO OTOTÓXICO?

Fundamentação/Introdução

No Brasil, 62,7% da população refere ter ao menos uma doença crônica. Neste cenário, destacam-se a perda auditiva e a Diabetes Mellitus (DM), com uma prevalência na população adulta brasileira de 5,1% e 6,2%, respectivamente. Há evidências de que a hiperglicemia possa ter como uma de suas consequências a redução da capacidade auditiva, já que ela é duas vezes mais prevalente em diabéticos do que na população que não possui a doença.

Objetivos

Considerando a relação existente entre perda auditiva e DM, esta pesquisa tem como objetivo investigar se há associação entre perda auditiva e Diabetes Mellitus em usuários de um Ambulatório Geral de Blumenau – SC, por meio da aplicação de um questionário e da realização de um exame laboratorial de hemoglobina glicada.

Delineamento e Métodos

Estudo caso e controle, envolvendo uma amostra total de 94 usuários, sendo 47 casos e 47 controles. Como critérios de inclusão para os casos, definiu-se: maioridade e diagnóstico prévio de hipoacusia neurossensorial ou mista. Para os controles, maioridade e negar diagnóstico prévio de hipoacusia ou perda auditiva autorreferida. Os dados foram obtidos no primeiro semestre de 2018, a partir de entrevista física com preenchimento de questionário próprio e exame laboratorial de hemoglobina glicada.

Resultados

A Diabetes Mellitus teve igual frequência em ambos os grupos (27,66%), portanto não demonstrou ser fator de risco para a perda auditiva (Odds Ratio=1). O controle glicêmico dos usuários, verificado por meio da hemoglobina glicada, evidenciou que 76,67% dos casos e 82,61% dos controles obtiveram como resultados do teste valores acima de 5,7% (Odds Ratio=0,69), portanto não considerado um fator de risco. Apesar disso, o tempo de exposição à DM maior do que 10 anos - 61,54% nos casos e 38,46% nos controles, demonstrou uma chance 2,6 vezes maior de desenvolvimento de perda auditiva, porém não estatisticamente significante (p>0,05).

Conclusões/Considerações finais

Tanto a DM - e tempo de diagnóstico da doença, quanto o controle glicêmico não demonstraram ser fatores de risco estatisticamente significantes para a perda auditiva neste estudo.
Os dados desta pesquisa demonstraram que possivelmente houve viés na seleção dos controles, já que estes foram escolhidos aleatoriamente entre os usuários que frequentaram o AG no período da coleta de dados, portanto, provavelmente pacientes em acompanhamento no serviço de saúde com mais comorbidades do que a população em geral. Além disso, caso a amostra fosse maior talvez haveria algum resultado estatisticamente significante.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Francielly Carine Marques Lauer, Karla Ferreira Rodrigues, Cintia Cabreira Gomes