15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Ruptura esplênica espontânea em paciente portador de amiloidose: Um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Sabe-se que a ruptura esplênica espontânea é rara mesmo em pacientes portadores de doenças de depósito. O relato atual se refere a um paciente portador de amiloidose que evoluiu com esse desfecho.

Objetivos

Evidenciar a importância do acompanhamento de pacientes portadores de amiloidose e da rápida intervenção em caso de urgências relacionadas à doença.

Caso

Paciente H.D.R., 62 anos, sexo masculino, tabagista, portador de hipertensão arterial, cardiopatia, amiloidose e de doença renal crônica estágio V, foi admitido em enfermaria para tratamento de Pneumonia. Inicialmente mantinha estabilidade hemodinâmica e melhora clínica com antibioticoterapia; submetido a tomografia computadorizada de tórax para averiguar extensão de consolidação pneumônica, no entanto exame revelou esplenomegalia significativa (107x145mm) apesar de não direcionado para este fim.
Após dois dias de internação, evoluiu com dor abdominal difusa, súbita, de intensidade 10, sem melhora com analgesia opioide; revisão laboratorial evidenciou queda hemantimétrica de quatro pontos; sendo aventada hipótese de abdome agudo hemorrágico. Realizou tomografia computadorizada de abdome, que evidenciou piora da esplenomegalia (133x165mm) e sangramento restrito à cápsula esplênica, sendo encaminhado para laparotomia de urgência.
Durante indução anestésica paciente intercorreu com parada cardio-respiratória de quatro minutos, realizadas manobras de ressucitação cardiopulmonar, administrados hemoderivados, paciente evoluiu com retorno da circulação espontânea. Laparotomia evidenciou rompimento da cápsula esplênica e extravasamento de conteúdo hemorrágico para o peritôneo; realizada exérese do baço e limpeza da cavidade.
Após cirurgia paciente foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva em uso de aminas vasoativas e intubação orotraqueal. Após dois dias apresentou estabilidade hemantimétrica, tolerou extubação e manteve melhora clínica progressiva, com alta hospitalar posterior.

Conclusões/Considerações finais

Devido à rápida identificação do evento adverso e instantânea abordagem, paciente evoluiu com melhora hemodinâmica, estabilização hemantimétrica e cessou sintomatologia. Percebe-se, portanto, que é necessário monitorar distúrbios orgânicos causados pela amiloidose e identificar riscos de evolução para prognósticos desfavoráveis.
Também é evidente a necessidade de a equipe médica ter conhecimento dessa comorbidade para rapidamente identificar e tratar possíveis danos agudos causados pela mesma.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Maíce Vieira Marinho, Andressa Lilian Fernandes Vieira, Viviane Cunha Caixeta, Ana Flávia Magalhães Queiroz, Fernanda Aranda Albuquerque