15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Toxoplasmose com acometimento pulmonar em paciente jovem imunocompetente.

Introdução/Fundamentos

A Toxoplasmose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, é uma das zoonoses humanas mais comuns e difundidas mundialmente, e segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui uma das maiores incidências descritas na literatura. A principal via de contaminação do ser humano é a ingestão do oocisto em alimentos e água, eliminado no meio ambiente por gatos. Em imunocompetentes é geralmente benigna e assintomática e as formas graves da doença, como toxoplasmose pulmonar, são raras.

Objetivos

Relatar um caso de toxoplasmose com acometimento pulmonar em paciente jovem, previamente hígido e imunocompetente.

Caso

Paciente masculino, 23 anos, marinheiro, previamente hígido, relato de viagem há 1 mês onde entrou em contato com gatil, dá entrada na emergência com queixa de febre alta contínua, tontura, cefaleia e náuseas há 15 dias. Encontrava-se estável, ausculta pulmonar normal, linfonodomegalia retroauricular direita e cervical posterior bilateral indolor à palpação. Temperatura axilar 39,5º; SatO2 96%; Hemograma com série vermelha normal e 14.930 leucócitos/mm³. Sorologias negativas. Rotina de Liquor sem particularidades. Tomografia de crânio sem alterações. Gasometria arterial: pH 7,45; pCO2 26mmHg; pO2 76mmHg; HCO3 17mmol/L; BE –6. Permaneceu internado na enfermaria, com diagnóstico de febre de origem indeterminada. Anatomopatológico de linfonodo cervical: hiperplasia linfoide folicular reacional favorecendo etiologia viral. No terceiro dia de internação houve piora do padrão ventilatório, com dispneia, SatO2 80%, estertores em bases pulmonares, PA 110/67mmHg. Gasometria arterial: pH 7,38; pCO2 38mmHg; pO2 69mmHg; HCO3 26mmol/L; BE +2,6; Lactato 17mg/dL. Pesquisa BAAR negativo. Tomografia de tórax: áreas de opacidade em vidro fosco, consolidações pulmonares com broncograma aéreo, pequeno derrame pleural simétricos e bilaterais. Foi admitido na UTI onde foram solicitadas sorologias, apresentando-se positiva para toxoplasmose (IgG 69UI/ml e IgM 75UI/ml). O paciente apresentou melhora do quadro clínico e ótima evolução ao ser introduzido tratamento com Sulfadiazina – 6g/dia, Piremetamina – 50mg/dia e ácido folínico 15mg/dia. Após 11 dias teve alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

Devido a apresentação e perfil atípicos o diagnóstico demorou a ser realizado, porém a identificação correta da doença foi medida necessária para o bom prognóstico do paciente, e neste sentido deve sempre fazer parte do diagnóstico diferencial em síndromes febris, haja vista a grande prevalência sorológica no Brasil.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Leonardo Luiz Girardi, Bianca Pasqualini