15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇÕES GLICÊMICAS EM MULHERES PÓS DIABETES GESTACIONAL

Fundamentação/Introdução

A diabetes mellitus gestacional (DMG) é descrita como intolerância à glicose de níveis diversos com início ou primeiro diagnóstico ao longo do segundo ou terceiro trimestres da gestação, com incidência de 3% a 8% das gestantes e, pode ou não persistir após o parto. A importância do diagnóstico de DMG advém do risco de a mãe apresentar diabetes mellitus tipo 2 (DM2) no futuro, visto que estudos indicam a DMG como um marcador precoce de DM2 pós-parto.

Objetivos

Estimar a taxa de reavaliação de diabetes pós-parto em mulheres com DMG, identificar a persistência das alterações glicêmicas e fatores associados.

Delineamento e Métodos

Estudo de coorte retrospectivo. Foram avaliados os dados de seguimento pós-parto de gestantes que desenvolveram DMG, no período de 2010 à 2018. Essas puérperas foram divididas em 2 grupos, um com TTOG (teste oral de tolerância à glicose) normal e outro com TTOG alterado, onde as variáveis foram comparadas. A análise estatística foi realizada através de cálculo de regressão logística multinomial, com nível de significância de 95%.

Resultados

Foram coletados dados de 578 gestantes. Destas, foram analisadas 263 (45,50%) que retornaram após o parto, sendo que 197 (74,90%) representam o grupo de normoglicêmicas e 66 (25,09%) o grupo com alterações glicêmicas. Deste grupo, 41 (15,59%) apresentaram intolerância aos carboidratos e 25 (9,5%) desenvolveram DM2. Não encontramos aumento de chance de TTOG alterado no pós-parto na idade materna >35 anos, na obesidade e no tipo de tratamento utilizado durante o pré-natal. Houve uma diferença quanto à idade gestacional do diagnóstico (p=0,041). Foi encontrado que, em ambos os grupos, o diagnóstico no segundo e terceiro trimestre foram diferentes (p=0,014 e p=0,007). Houve aumento na chance de TTOG alterado no diagnóstico de DMG realizado no segundo trimestre (3,493 IC95% 1,570-7,770), e na hemoglobina glicosilada fração A1C>5,8 durante o pré-natal (RC3,014-IC95% 1,084-8,380). O diagnóstico no terceiro trimestre apresentou como um efeito protetor (0,484 IC95% 0,271-0,865).

Conclusões/Considerações finais

Menos da metade das pacientes retornaram, e destas, um quarto apresentou alteração no TTOG. O diagnóstico no segundo trimestre e a HBA1C >5,8 aumentaram a chance, e o diagnóstico no terceiro trimestre diminuiu a chance de alteração no TTOG no pós-parto. Dessa forma, são necessárias estratégias para elevar a taxa de retorno para avaliação do estado glicêmico e, eventualmente, prevenir o DM2.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Maria Aline Santana Trindade, Pâmella Hellmann, Jean Carl Silva