15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Investigação Pré-Clínica de Parâmetros Bioquímicos do Diabetes Mellitus Tipo 1 como Fator de Risco para Esquizofrenia

Fundamentação/Introdução

O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) predispõe à esquizofrenia (ESQ) através do estresse oxidativo decorrente da hiperglicemia crônica, levando a alterações bioquímicas e déficits cognitivos.

Objetivos

O objetivo deste estudo é investigar, por meio de parâmetros bioquímicos, a influência do DM1 como fator de risco para indução de ESQ em um modelo animal.

Delineamento e Métodos

O estudo foi do tipo experimental, sendo a divisão dos animais feita em 4 grupos: 1) Controle (salina+salina), 2) Aloxano (aloxano+salina), 3) Cetamina (cetamina+salina), 4) Aloxano+Cetamina. Todos os grupos permaneceram em jejum por 18 horas para indução do DM1 através de uma injeção intraperitoneal (i.p) de aloxano ou salina. Após 48 horas da injeção, os animais fizeram um teste glicêmico para comprovar a indução do modelo. Entre o 4º e 10º dia, os animais receberam injeção (i.p) de cetamina ou salina, todos os dias, para induzir o modelo de ESQ. Antes da eutanásia o teste de glicemia foi realizado afim de verificar se os animais permaneceram diabéticos até o final do experimento, sendo então decapitados e as estruturas cerebrais (córtex frontal, hipocampo e estriado) removidas para análise da atividade da enzima acetilcolinesterase (AchE) e do estresse oxidativo.

Resultados

Os resultados mostraram que os grupos Aloxano, Cetamina e Aloxano+Cetamina foram capazes de aumentar a AchE nas 3 estruturas cerebrais analisadas quando comparadas ao Controle (p<0.01), sendo esse aumento mais proeminente no grupo Aloxano+Cetamina. Os dados indicam que a cetamina em animais é capaz de induzir alterações bioquímicas semelhantes às observadas em pacientes com ESQ, sugerindo um aumento do risco na associação de DM1 com ESQ. Na análise de estresse oxidativo, o grupo Cetamina só foi capaz de aumentar os níveis de peroxidação lipídica e carbonilação proteica no córtex frontal, quando comparado ao grupo Controle (p<0.01). Entretanto, o grupo Aloxano+Cetamina induziu um aumento significativo na peroxidação lipídica e na carbonilação proteica quando comparado aos grupos Controle, Cetamina e Aloxano (p<0.05), mostrando um efeito sinérgico entre esses 2 fármacos no estresse oxidativo cerebral nas 3 estruturas analisadas.

Conclusões/Considerações finais

Os achados deste estudo sugerem que a hiperglicemia constante encontrada no DM1 possa induzir mudanças em parâmetros bioquímicos e levar ao desencadeamento de ESQ. Entretanto, mais estudos são necessários para a confirmação dessa hipótese.

Palavras-chave

Aloxano, cetamina, déficits cognitivos.

Área

Clínica Médica

Autores

Kelvin Schmoeller Alberton, Gustavo Mastella, Louyse Sulzbach Damázio, Lara Canever, Alexandra Loppi Zugno