15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À AUTOMEDICAÇÃO ENTRE ACADÊMICOS DE MEDICINA: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Fundamentação/Introdução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a automedicação consiste na seleção e uso de medicamentos para tratar doenças ou sintomas auto reconhecidos, sem prescrição ou acompanhamento do médico/dentista. Poucos estudos sobre o tema realizados com acadêmicos da área da saúde evidenciam sempre altos graus de automedicação nessa população. No Norte, a limitação de acesso aos serviços de saúde e o uso de plantas medicinais sob influência da cultura indígena propiciam essa prática. Sabendo-se que a automedicação inadequada pode acarretar mascaramento e agravamento de doenças, intoxicações e dependência, é importante analisar a prevalência dessa prática no acadêmico de Medicina da região Norte.

Objetivos

Determinar a prevalência de automedicação em estudantes de Medicina de uma universidade no estado do Pará.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e observacional, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa pelo parecer 2.528.078, por meio da aplicação de questionário adaptado a 248 estudantes de 1º a 4º anos do curso de Medicina em uma universidade em Belém do Pará, de ambos os sexos, maiores de 18 anos. A quantificação do nível de automedicação se deu pelo cálculo da média, mediana e valores percentuais do número de classes medicamentosas utilizadas por acadêmico.

Resultados

A prevalência de automedicação foi de 94,35%, com média de 2 classes de medicamentos diferentes por pessoa (mínima= 0, máxima = 11). A classe medicamentosa mais utilizada foi a dos Anti-Inflamatórios Não Esteroidais (AINES). A principal queixa relacionada à automedicação foi cefaleia (18,52%), gripes e resfriados (16,56%). Cerca de 56,8% afirmaram utilizar receitas antigas para lembrar dos medicamentos usados anteriormente em quadros “semelhantes” e 70,16% seguem recomendações de familiares. Por fim, 75,4% relataram fazer estoque de medicamentos em casa e 27,82% afirmam não ler a bula dos medicamentos.

Conclusões/Considerações finais

Os padrões encontrados revelam que esse grupo apresenta grande tendência a automedicar-se, e que alguns fatores relacionados à prática incluem: condição de autoconfiança pelo conhecimento adquirido na universidade; influência familiar; e manipulação indiscriminada de medicamentos. Todavia, devido os possíveis riscos dessa prática, fomenta-se a realização de futuras investigações mais eficientes visando esclarecer mais amplamente as causas e identificar os reais aspectos relacionados à automedicação entre acadêmicos da área da saúde, visando criar meios de intervenção para a resolução da problemática.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Danielle Moreno Fernandes Furtado, Andreson Iuler Melo Benjamin, Luiz Carlos Sousa de Castro, Claudia Marques Santa Rosa Malcher