15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SEPSE INDUZ DIFERENTES ALTERAÇÕES EPIGENÉTICAS DE CURTO E LONGO PRAZO NO CÉREBRO

Fundamentação/Introdução

A presença de estresse oxidativo e mediadores inflamatórios na sepse levam à expressão gênica desregulada, o que pode induzir uma resposta hiperinflamatória. Mecanismos epigenéticos podem alterar a arquitetura das histonas, por meio de acetilação e desacetilação, alterando a transcrição gênica. A metilação do DNA também representa um mecanismo importante para o controle epigenético da expressão gênica e a hipermetilação está associada ao silenciamento gênico.

Objetivos

Avaliar os parâmetros epigenéticos da histona acetiltransferase (HAT), da histona desacetilase (HDAC) e do DNA metiltransferase (DNMT) nas estruturas cerebrais de ratos submetidos à sepse.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo experimental. Ratos Wistar machos foram submetidos a ligadura e perfuração Sham (s) ou Cecal (CLP). Esses animais foram anestesiados utilizando uma mistura de Cetamina (80 mg / kg) e Xilazina (10 mg / kg), administrada intraperitonealmente. Sob condições assépticas, uma laparotomia mediana de 3 cm foi realizada para expor o ceco e o intestino adjacente. O ceco foi ligado com uma sutura de seda 3.0 na sua base, abaixo da válvula ileocecal, e foi perfurado uma vez com uma agulha de calibre 14. O ceco foi então espremido suavemente para extrudar uma pequena quantidade de fezes através do local da perfuração; e depois, devolvido à cavidade peritoneal, e a laparotomia foi fechada com suturas de seda 4.0. Os animais foram ressuscitados com solução salina (NaCl 0,09%, 50 ml / kg) por via subcutânea imediatamente após e 12 h após a CLP.
Todos os animais receberam antibióticos (Ceftriaxona a 30 mg / kg) e Dipirona (80 mg / kg) a cada 6 h via subcutânea, por 3 dias. A mortalidade desse modelo é de cerca de 40%, o que é consistente com a sepse grave. Os animais foram divididos em dois grupos: sham e CLP.
Vinte e quatro horas, setenta e duas horas, dez dias, trinta dias e sessenta dias após a sepse, os animais foram mortos por decapitação, e o hipocampo e o córtex frontal foram dissecados. As atividades das enzimas HAT, HDAC e DNMT foram medidas no córtex frontal e no hipocampo.

Resultados

Atividades aumentadas de HDAC e DNMT foram observadas 72h, 10 e 30 dias após a sepse, enquanto, após 60 dias, houve uma redução significativa em todas as estruturas cerebrais.

Conclusões/Considerações finais

Acredita-se que o estresse fisiológico conferido ao sistema imunológico durante a sepse grave pode ter efeitos significativos na expressão gênica do cérebro, a curto e a longo prazo.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Laboratório de Fisiopatologia Experimental - UNESC - Santa Catarina - Brasil, Laboratório de Psiquiatria Transacional - UNESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Luana Bezerra Gonçalves Rocha, Heloísa Borges, Monique Michels, Samira Valvassori, Felipe Felipe Dal-Pizzol