15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O EFEITO DO TRANSPLANTE DE MICROBIOTA FECAL NO CÉREBRO DE ANIMAIS SUBMETIDOS AO MODELO DE ESTRESSE CRONICO (CMS)

Fundamentação/Introdução

Evidências apoiam a sugestão de que a microbiota intestinal influencia os comportamentos relacionados ao estresse, incluindo os relevantes à ansiedade e depressão. Foram usadas abordagens de Transplante de Microbiota Fecal (TMF) para demonstrar que a composição da microbiota relacionada ao estresse desempenha um papel causal nas mudanças comportamentais.

Objetivos

Analisar a hipótese de que o TMF pode apresentar benefícios imuno-modulatórios, bioquímicos, endócrinos, cognitivos e comportamentais em situações de estresse.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo experimental, no qual foram utilizados machos Wistar (total=100). Esse experimento foi realizado de acordo com a Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento para cuidados com animais, aprovado pelo Comitê de Ética.
Os animais foram submetidos ao protocolo de estresse crônico (CMS) (submetidos a estressores durante 40 dias) e divididos em cinco grupos: controle; controle + TMF; controle + TMF CMS (este grupo é controle, mas recebeu TMF de animais submetidos ao protocolo CMS); CMS + solução salina; CMS + TMF. Estressores utilizados: 24 horas de privação de água e alimento; luz intermitente durante 3 horas; isolamento (1 a 3 dias); 2 horas de contenção e 2 horas de contenção a 4 ° C.
Vinte e quatro horas após o protocolo de CMS, os animais receberam transplante fecal, delimitando dois grupos: animais doadores saudáveis e animais induzidos por CMS. Os animais doadores foram eutanasiados por decapitação; intestino e conteúdo fecal foram removidos e coletados. Vinte e quatro horas após o tratamento TMF, os animais induzidos foram submetidos a testes comportamentais (teste de campo aberto e teste de escamas) e, em seguida, foram mortos para coleta de amostras. O peso da adrenal, o adrenocorticotrófico (ACTH), os níveis de corticosterona e citocinas foram medidos, assim como o TBARS (Substâncias Reativas ao Tiobarbitúrico) e o Carbonil.

Resultados

Embora não se tenha mostrado diferenças nos níveis de ACTH e corticosterona, houve hipertrofia adrenal, alteração dos testes comportamentais, aumento dos níveis de citocinas e estresse oxidativo nos animais submetidos ao protocolo de CMS. O tratamento com TMF mostrou-se eficaz na reversão dos padrões comportamentais e na diminuição dos níveis de citocinas e do estresse oxidativo.

Conclusões/Considerações finais

O TMF desempenha um papel importante na regulação da inflamação do cérebro e estresse oxidativo e mudanças comportamentais no paradigma CMS.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Laboratório de Fisiopatologia Experimental - UNESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Luana Bezerra Gonçalves Rocha, Pricila Romão Marcondes Ávila, Gislaine Zilli Réus, Felipe Dal-Pizzol, Cristiane Ritter