15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A saúde da mulher privada de liberdade: Uma análise de suas principais necessidades e as limitações dos provedores de saúde.

Fundamentação/Introdução

A população privada de liberdade possui, através de políticas públicas, como o PNAISP e a PNAMPE, garantia legal à saúde de forma integral. Entretanto, é necessário conhecer a realidade do atendimento à saúde desta população marginalizada socialmente, a fim de criar estratégias para que se possa garantir os direitos humanos básicos a essa população e para que a prisão consiga cumprir seu papel de aparelho reestruturador do cidadão.

Objetivos

Conhecer a realidade da saúde da mulher sob privação de liberdade, e os principais desafios da equipe de saúde e da gestão do estabelecimento prisional em promover o bem estar físico, mental, social e biológico dessas mulheres.

Delineamento e Métodos

Pesquisa descritiva, exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com 40 mulheres privadas de liberdade, 4 membros da equipe de saúde e com 1 gestor da penitenciária feminina. A coleta de dados foi feita através da resposta de questionários semi-estruturados abordando as características sociais das mulheres, a estrutura da penitenciária e quais são as dificuldades do acesso à saúde.

Resultados

As mulheres privadas de liberdade responderam ao questionário em forma de entrevista com as pesquisadoras. Das 40 mulheres entrevistadas, 30 mulheres (75%) se consideram saudáveis atualmente e 29 (72,5%) se consideravam saudáveis antes de entrar no sistema prisional. Na amostra, 22,5% das mulheres alteraram sua percepção sobre a própria saúde. Destas, 10% se consideravam saudáveis apenas antes de entrarem na penitenciária, devido ao recém diagnóstico de patologias e 12,5% se consideram saudáveis apenas depois do confinamento, por não serem mais usuárias de substâncias psicoativas. 37 mulheres (92,5%) relataram já precisar de atendimento médico na penitenciária e 100% destas mulheres relatam terem sido atendidas. Quando questionadas sobre as principais dificuldades para ter acesso à saúde na penitenciária 65% relataram que não viam nenhuma dificuldade. As outras 35% afirmam problemas relacionados a dificuldades no encaminhamento para o atendimento secundário ou terciário. A equipe de saúde e a gestão comenta que as dificuldades do acesso à saúde estão relacionadas a própria situação de confinamento, como o impacto emocional e a necessidade de escolta nas consultas, além da demora no encaminhamento destas pacientes à outros setores.

Conclusões/Considerações finais

O acesso à saúde na penitenciária é satisfatório, enfrentando problemáticas similares às da rede pública de saúde utilizada pela comunidade em liberdade.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Barão de Mauá - São Paulo - Brasil, Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Julia Bampa Leme, Cleusa Cascaes Dias