15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO DA PRESENÇA DE DESCARGAS PERIÓDICAS GENERALIZADAS E MORTALIDADE HOSPITALAR

Fundamentação/Introdução

As descargas periódicas generalizadas (GPDs) são padrões raros que podem ser encontrados durante monitorização eletroencefalográfica prolongada (MEP) em pacientes críticos, sendo a etiologia mais comumente encontrada a encefalopatia hipóxica. Esses padrões têm sido altamente correlacionados com crise não convulsiva e estado de mal epiléptico, sendo também observada a associação dessas descargas com um pior prognóstico.

Objetivos

O objetivo deste projeto é avaliar o desfecho de pacientes que desenvolveram GPDs durante a MEP , comparando com um grupo de pacientes com anormalidades inespecíficas na MEP.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo retrospectivo através da análise dos prontuários de pacientes acima de 18 anos que desenvolveram GPDs durante MEP (de 12-16 horas de monitorização) na UTI de um hospital geral, entre outubro de 2017 e dezembro de 2018, comparando com um grupo que apresentou apenas anormalidades inespecíficas na MEP. Prontuários incompletos foram excluídos, assim como pacientes transferidos para outro hospital, devido à perda do desfecho. Os dados foram armazenados nos programas Microsoft Word e Microsoft Excel para análise estatística. Os resultados foram apresentados pelo EpiInfo 7, e correlacionados com a literatura.

Resultados

A análise foi realizada com base nos dados de 112 pacientes, sendo 71 homens e 41 mulheres. A média das idades de pacientes que evoluíram com óbito foi de 60,6 anos. As variáveis idade e pós-parada cardiorrespiratória (PCR) se mostraram como fatores de risco estatisticamente significativos (respectivamente p < 0,001 e OR 1,04; p = 0,046 e OR 3,00) para óbito. Não foi possível avaliar se GPDs isoladamente são associadas a um desfecho desfavorável ou seria um viés pelo desenvolvimento de PCR nesses pacientes. Porém, dos 6 casos de GPDs isoladas, 2/3 evoluíram para óbito, o que revela uma tendência a representar um pior prognóstico. Foi observado um valor significativo (p = 0,031) para um pior desfecho ao comparar o grupo de 28 pacientes que apresentou GPD e/ou PCR com o outro grupo que não apresentou nenhuma dessas variáveis, sendo que desses 28 pacientes, 20 (71,4%) foram a óbito.

Conclusões/Considerações finais

Concluiu-se que a presença de GPDs pós-PCR é associada a um pior prognóstico, porém não houve esclarecimento se esses padrões na MEP são fatores independentes de evolução desfavorável. Isso poderia ser elucidado com o aumento do número da amostra através de um seguimento deste projeto.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Larissa Miyashiro, Carolina Oliveira de Paulo, Carlos Alexandre Twardowschy