15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

LEISHMANIOSE CUT NEA RESISTENTE À ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A leishmaniose cutânea (LC) é uma doença parasitária não contagiosa transmitida pela picada da fêmea de flebotomíneos. Entre 2001 e 2010 o Brasil registrou quase 250 mil casos, todavia esse número veio decaindo nos últimos anos, concentrando-se em áreas rurais ou de baixa densidade populacional. A monoterapia com o antimonial pentavalente corresponde a primeira escolha para LC, se houver falha terapêutica, pode se optar pelo desoxicolato de anfotericina B ou a anfotericina B lipossomal.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é relatar um caso atípico de LC, no qual houve falha terapêutica por resistência do patógeno a todas as opções disponíveis.

Caso

S.F.V, paciente do sexo feminino, 82 anos, natural e procedente de Piripá– BA. Em 2018, compareceu ao Departamento de Infectologia do Hospital de Clínicas em São Paulo, onde foi acompanhada e tratada para LC com Anfotericina B isolada, Anfotericina B lipossomal com fluconazol, cefalexina, ciprofloxacino e Sulfametoxazol + Trimetoprima. Ainda realizou ozonoterapia com melhoras no quadro cutâneo, mas sem fechamento das feridas. Em 24 de maio de 2019 foi encaminhada de Piripá para o Hospital Geral de Vitória da Conquista com Dermatite Crônica (DC), febre associada a lesão infectada em membro inferior direito, apresentando lesões por LC de difícil controle em ambos os membros inferiores, juntamente com celulites bacterianas. Após avaliação, solicitou-se uma biópsia para afastar carcinoma espinocelular e detectar amastigotas resistentes. Ao exame anatomopatológico, evidenciou-se epiderme com área de ulceração recoberta por crosta fibrinoleucocitária. Observou-se hiperplasia pseudoepiteliomatosa da epiderme com focos de queratinização. Notou-se infiltrado linfohistiocitário intersticial difuso com plasmócitos, formando granulomas com células gigantes multinucleadas. No interior dos histiócitos, observou-se diminutas estruturas compatíveis com formas amastigotas de Leishmania sp. Não houve sinais histológicos de malignidade. Concluiu-se que se tratava de um quadro e LC resistente, então se optou pelo uso do antimoniato e um acompanhamento de perto, contudo a paciente não respondeu à droga, e piorou, apresentando derrame pleural e infiltração pulmonar difusa, vindo a falecer em 5 de julho por insuficiência respiratória aguda decorrente de LC associada à DC infectada.

Conclusões/Considerações finais

O caso em questão é único e de suma importância, pois a resistência à anfotericina lipossomal é rara, não se encontrando relatos equivalentes na literatura.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Cayan Gomes de Oliveira, Amanda Prado Nascimento, Carolina Palmeira Teixeira Martins