15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fenômenos tromboembólicos em paciente com carcitomatose peritoneal primária: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A gênese dos fenômenos tromboembólicos associados as neoplasias malignas representam um processo complexo. A severidade varia conforme o tipo do tumor e seus subtipos moleculares.

Objetivos

Relatar os métodos de anticoagulação usados no caso de paciente oncológica que apresentou trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP).

Caso

M.A.P, feminino, 48 anos, diabética, nega tabagismo, etilismo ou antecedentes oncológicos. Paciente deu entrada no serviço terciário devido quadro de inapetência, náuseas, aumento do volume abdominal há 2 meses, porém evoluindo com desconforto respiratório súbito. Paciente apresentava-se em regular estado geral, descorada, dispneica e com abdome ascítico. Os exames laboratoriais evidenciaram anemia normocítica e normocrômica, plaquetopenia e hipoalbuminemia. Evidenciado na tomografia (TC) de tórax sinais de TEP agudo caracterizado por falhas de enchimento nas artérias pulmonares principais bilateralmente. Iniciado anticoagulação plena com heparina de baixo peso molecular. Após estabilização do quadro, foi dado seguimento a investigação com realização de TC de abdome e pelve que verificou sinais de carcitomatose peritoneal com espessamento nodular difuso das superfícies peritoneais e ascite volumosa. Na ressonância de pelve linfonodomegalia na cadeia ilíaca esquerda, sem outros achados significativos. Endoscopia e colonoscopia dentro da normalidade. Realizado paracentese de alívio/diagnóstica e biópsia das lesões guiadas por ultrassom. No doppler venoso de membros inferiores havia TVP do seguimento ilíaco, femoral e poplíteo bilateral. Trocado heparina por rivaroxabana para anticoagulação. Ao final, resultado da biópsia de peritônio com carcinoma pouco diferenciado em tecido fibroadiposo podendo corresponder a carcinoma seroso peritoneal primário. Transferido paciente da clínica médica para serviço de oncologia para seguimento do tratamento específico para a patologia diagnosticada.

Conclusões/Considerações finais

Em estudo recente foram identificados fatores preditivos para mortalidade por fenômenos tromboembólicos em pacientes oncológicos em 30 dias, a paciente se enquadrou como alto risco. Dessa forma, fez-se necessário uma atenção especial para a anticoagulação de escolha. Recente metanálise indicou que a anticoagulação com heparina de baixo peso molecular e inibidores do fator Xa são mais eficientes do que antagonistas da vitamina K na prevenção de eventos trombóticos em pacientes com câncer, sendo os inibidores do fator Xa mais seguros pelo menor risco de sangramento e não haver necessidade de controle laboratorial, assim, sendo a droga escolhida para anticoagulação da paciente.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Rafael Oliveira Pena Neto, Ana Carla Melo Escobar, Priscila Vieira Marques Lucas, Diogo Hirano