15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tumores Estromais Gastrointestinais e suas metástases: um Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

Os GIST (Tumores Estromais Gastrointestinais) são neoplasias mesenquimais raras, com uma incidência estimada de cerca de 1/100.000 casos por ano. São comumente encontradas no abdômen, com mais da metade dos casos ocorrendo no estômago. Tem prevalência em homens, com idade diagnóstica em torno dos 60 anos, com menos de 10% dos casos ocorrendo em indivíduos abaixo dos 40 anos de idade. Esses tumores surgem a partir das células intersticiais de Cajal, localizadas na muscular própria e que servem como marca passo para o peristaltismo intestinal.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente de 57 anos, portadora de GIST de origem gástrica há mais de 10 anos, com várias recidivas da doença e ressecções cirúrgicas, tratada com inibidores de tirosina quinase, apresentando metástases hepáticas volumosas que comprimiram o mediastino (ventrículo direito), evoluindo para choque cardiogênico.

Caso

Paciente feminina, 57 anos, admitida em um Hospital público na cidade de Ribeirão Preto-SP em 2018, apresentando dispneia aos mínimos esforços, cianose central, edema de membros inferiores e episódios recorrentes de sincope. Paciente apresentava Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST), em seguimento há 10 anos. O tumor foi descoberto em 2007, quando iniciou o quadro com sintomas dispépticos, perda ponderal e massa abdominal palpável em hipocôndrio esquerdo. Apresentou várias recidivas e progressão com metástases hepáticas, diafragmáticas e carcinomatose peritoneal até 2018, passando por inúmeras cirurgias (gastrectomia, esplenectomia e pancreatectomia parcial) e uso de tirosinas quinases como Imatibine, Sunitinibe, Regorafanibe e Sorafenibe. Na última admissão, foi realizado tomografia computadorizada de tórax que evidenciou formações tissulares em topografia pre cardíaca, perihepatica direita, esquerda e hilo e flanco direito adjacente ao rim. Uma dessas formações encontrava-se em intimo contato com segmento II hepático e esôfago inferior, medindo 9,4 x 7,8 cm, com crescimento em direção a região pré cardíaca, comprimindo ventrículo direito. Durante internação, paciente evolui com choque cardiogênico e óbito.

Conclusões/Considerações finais

A ressecção cirúrgica dos pacientes com GIST localizado é a única modalidade curativa disponível, entretanto o tratamento quimioterápico com inibidores de tirosina quinase tem revolucionado a resposta de pacientes com GIST avançado e/ou metastático, aumentando a sobrevida. Apesar disso, paciente foi a óbito devido compressão extrínseca do ventrículo direito, devido metástase hepática.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto-SP - São Paulo - Brasil

Autores

Amélia Gontijo Velozo de Melo, Flávia Oliveira Dib, Rafael Scarin Borges