Dados do Trabalho
Título
Epilepsia do lobo temporal com esclerose hipocampal bilateral e déficit de memória após status epilepticus: Relato de caso.
Introdução/Fundamentos
A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns, afetando cerca de 0,5 a 1% da população mundial. Em relação às epilepsias focais, a epilepsia do lobo temporal é uma das mais frequentes, em torno de 60% dos casos. Os pacientes com essa doença apresentam não só crises convulsivas, como também declínio cognitivo associado a crises refratárias
Objetivos
Esse relato tem o objetivo de descrever o caso de uma paciente com uma crise epiléptica prolongada e a sua relação com o comprometimento de ambos os hipocampos e a piora nos testes neuropsicológicos.
Caso
Esse é o relato de caso de uma paciente feminina de 35 anos de idade, com histórico prévio de convulsão aos 10 meses de idade após episódio febril (39ºc) e reinício das crises epilépticas aos 7 anos de idade. Fez uso de vários anticonvulsivantes com diversas combinações sem sucesso no controle das crises. Em 2012, após ser encaminhada para o ambulatório de epilepsia, foi realizada a ressonância magnética nuclear de encéfalo (RMNe) onde foi diagnosticado atrofia hipocampal direita e o eletroencefalograma mostrava descargas temporais à direita. Nesse período a paciente apresentava crises parciais com generalização e de difícil controle, sendo encaminhada para avaliação cirúrgica. Em 2014, teve um episódio de “desconexão” com duração prolongada, o que fez piorar o seu quadro clínico. A mãe da paciente relatou que a filha iniciou com episódios de crises parciais com perda de consciência e sem generalização, das 8h da manhã até as 16h, com duração de 5 minutos cada crise e intervalos de 5 a 10 minutos entre um episódio e outro. A paciente refere não se lembrar desse período: “como se essas horas de crise não estivessem existido na sua vida”. A solicitação de uma nova RMNe revelou aparecimento de uma atrofia também no hipocampo esquerdo e uma piora nos testes neurocognitivos.
Conclusões/Considerações finais
Sugerimos que a esclerose hipocampal bilateral pode ter colaborado para a piora do padrão das crises epilépticas e da cognição da nossa paciente. Diante de pacientes com esclerose hipocampal mesial do lobo temporal que apresentam evolução clínica com piora do padrão das crises epilépticas, sugerimos que seja refeita a investigação com solicitação de exames de imagem para avaliar modificações em nível estrutural encefálico e ajuste farmacológico.
Palavras-chave
Área
Clínica Médica
Autores
Fabiele de Lima Righi