15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Penfigoide Bolhoso e sua complexidade no diagnóstico diferencial

Introdução/Fundamentos

O penfigóide bolhoso é uma dermatose bolhosa subepitelial, auto-imune, incomum, que acomete com frequência idosos. Nos estágios iniciais, o diagnóstico é extremamente difícil, devido manifestações inespecíficas, como prurido intenso, escoriações e ausência de bolhas. A doença resulta da destruição e inflamação na pele e mucosas decorrente da ligação do anticorpo na zona da membrana basal epitelial. Essa patologia é associada à doenças neurológicas como Acidente Vascular Encefálico (AVE), além de poder ser desencadeado por diversas drogas, tais como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), anti-inflamatórios e antibióticos. O diagnóstico é realizado correlacionando as manifestações clinicas, epidemiologia e fatores que predispõem a doença. A confirmação é realizada com a biópsia de pele e imunofluorescência. O tratamento é baseado no uso corticosteróides tópicos ou sistêmicos e terapias imunomoduladoras.

Objetivos

Apresentar o quadro clínico de um paciente idoso com lesões bolhosas disseminadas por toda a pele e, discutir como o diagnóstico diferencial dessa patologia é complexa.

Caso

Paciente masculino, 83 anos, admitido em um Hospital público da cidade de Ribeirão Preto-SP, apresentando lesões bolhosas na pele, que surgiram após o início de antibioticoterapia com Levofloxacino para tratamento de Pneumonia Comunitária. Paciente hipertenso e portador de sequela motora decorrente de AVE isquêmico, em uso de Hidroclotiazida, Captopril, Carvedilol e Ácido Acetil Salicílico. À dermatoscopia as lesões eram eritemato bolhosas, tensas, de conteúdo seroso, com 1 cm de diâmetro e sinal de Nikolsky negativo, presentes em tórax, face extensora de membros superiores, tornozelos e dorso das mãos e pés, sem acometimento mucoso. Realizada biopsia das lesões demostrando epiderme destacada da derme, com apenas ocasionais linfócitos perivasculares, chegando-se a conclusão de lesões bolhosas subepidérmicas. Foi retirado as possíveis drogas implicadas na fisiopatologia da doença, como o Captopril e introduzido corticoterapia sistêmica na dose de 1 mg/kg/dia. Não surgiram novas lesões, com progressiva cicatrização das áreas erosadas.

Conclusões/Considerações finais

As lesões bolhosas possuem uma ampla gama de etiologias e diagnósticos diferencias, necessitando da biopsia de pele e imunofluorescência para confirmação. O diagnóstico, no entanto, não deve postergar o início do tratamento, devendo correlacionar as manifestações clinicas e epidemiologia.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa de Misericordia de Ribeirao Preto-SP - São Paulo - Brasil

Autores

Amélia Gontijo Velozo de Melo, Maria Olívia Fagotti Muniz, Isabella Carvalho Monteiro, Augusto Marcussi Degiovani