15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

POLIMIALGIA REUMÁTICA COMO MANIFESTAÇÃO DE SÍNDROME PARANEOPLÁSICA DECORRENTE DE LINFOMA NÃO HODGKIN: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A polimialgia reumática (PMR) é uma doença inflamatória sistêmica comum em adultos acima dos 50 anos de idade, caracterizada por dor e rigidez da musculatura das cinturas escapulares e pélvicas, associada a elevação das provas de atividade inflamatória e ótima resposta ao corticoide. Algumas neoplasias podem mimetizar os sintomas da PMR, sendo chamadas de síndromes paraneoplásicas.

Objetivos

Relatar um caso de polimialgia reumática como síndrome paraneoplásica decorrente de linfoma não Hodgkin.

Caso

Paciente feminina, 72 anos, procura atendimento na reumatologia devido história pregressa de polimialgia reumática diagnosticada há 1 ano. Fez uso de prednisona com ótima resposta, porém há 4 meses evoluiu com recidiva do quadro, sendo prescrito novamente prednisona em associação com azatioprina. Há 1 mês evoluiu com cefaleia de forte intensidade, localizada em dimídio esquerdo associado a ptose palpebral do mesmo lado. Durante a consulta observou-se linfonodo palpável endurado em região submandibular esquerda, sendo solicitado internamento para biópsia e elucidação diagnóstica. História mórbida pregressa de diabetes mellitus e depressão em uso de metformina, insulina, AAS, sinvastatina, nortriptilina, duloxetina, prednisona 5 mg/dia e azatioprina 100 mg/dia. Durante internação os exames laboratoriais demonstram: pancitopenia, VHS 62, PCR 3,86 (VR < 1,0), fator reumatoide e FAN não reagentes. Tomografia de pescoço com presença de nódulo sólido submandibular à esquerda. Ressonância magnética de órbita: discreta assimetria dos globos oculares e dos ventres musculares do reto medial e reto lateral, menor à esquerda, com redução do calibre do nervo óptico à direita. Tomografia de tórax: linfonodo infraclavicular à esquerda. Foi realizada biópsia do linfonodo submandibular evidenciando linfoma difuso de grandes células B. Como conduta foi retirada a azatioprina e a paciente foi encaminhada para hematologia para iniciar o tratamento quimioterápico.

Conclusões/Considerações finais

A síndrome paraneoplásica constitui um conjunto de sinais e sintomas que pode preceder ou manifestar-se concomitante às diferentes formas de neoplasias. As manifestações musculoesqueléticas estão frequentemente presentes, sendo a PMR uma das apresentações. O intervalo médio entre o diagnóstico de PMR e o aparecimento da neoplasia é de 18 meses. O tratamento da neoplasia, em geral, resulta na regressão das manifestações reumatológicas. Como não há teste específico para o diagnóstico de PMR, é imprescindível o diagnóstico diferencial com outras condições que possam mimetizar o quadro clínico, como as neoplasias.


PALAVRAS-CHAVE: polimialgia, síndrome paraneoplásica, linfoma

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Plínio Cézar Neto, Bárbara Stadler Kahlow