15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Mulheres de meia-idade: um grupo vulnerável no pós-infarto do miocárdio. Dados de mundo-real em Curitiba.

Fundamentação/Introdução

A doença cardiovascular continua sendo a principal causa de óbitos no mundo e o infarto agudo do miocárdio (IAM) é o principal responsável por este resultado. Diversos fatores estão associados a um pior prognóstico na ocorrência do IAM, entretanto, muito ainda se discute sobre a interação da idade e do sexo. Em relação à idade, estudos demostram associação positiva com o prognóstico, em que há aumento da mortalidade em idades avançadas. Quanto ao sexo, há maior mortalidade em mulheres, pois em geral são de maior idade ao infartarem, além de apresentarem mais comorbidades e sintomas atípicos. Assim, o maior conhecimento sobre a interação destes pode contribuir para o manejo deste evento.

Objetivos

Avaliar a influência da idade e sexo na mortalidade a curto e longo prazo pós IAM em hospitais da rede pública de Curitiba.

Delineamento e Métodos

Coorte retrospectiva a partir da base de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e do Sistema de Informação de Mortalidade, com indivíduos residentes de Curitiba, ≥18 anos, internados em hospitais da rede pública por IAM entre janeiro/2008 e dezembro/2015. As variáveis de interesse foram a idade e sexo. Foram consideradas como desfecho: mortalidade intra-hospitalar, 6 meses, 12 meses e ao final do seguimento. Os resultados foram descritos por médias e desvios padrões, medianas e amplitudes ou por frequências e percentuais. Valores de p<0,05 indicaram significância estatística. A sobrevida foi representada por curvas de Kaplan-Meier e analisados pelo Log-rank.

Resultados

Inicialmente, foram incluídos 7.066 pacientes com internamento por IAM. Dentre eles, 4.896 elegíveis, sendo apenas 34,1% mulheres. O tempo médio de seguimento foi de 50,9 meses, com maior taxa de óbito no primeiro ano após o evento. A idade média das mulheres ao infartar foi de quase 5 anos a mais do que os homens e essas apresentaram maior mortalidade (p<0,001). A análise multivariada demonstrou que a idade, mas não o sexo, emergiu com fator independente de mortalidade. Entretanto, ao avaliarmos por faixas etárias específicas, identificamos que no grupo >45 e ≤55 anos, elas tiveram maior óbito (p=0,004).

Conclusões/Considerações finais

Nesta população, foi constatada maior mortalidade em mulheres cujo desfecho parece estar associado ao fato de infartarem com idade superior aos homens (± 5 anos). Essa mortalidade foi significativamente maior na faixa etária entre 45 e 55 anos, sugerindo que as mulheres podem representar um grupo vulnerável que necessita de novos estudos para avaliar as razões para esses achados.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) - Paraná - Brasil

Autores

Cecília Rubini Rocha, Gabriele Silva, Gabriela Redivo Stroher, Giovanni Augusto de Oliveira Baccin, José Rocha Faria Neto