15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

TEMPOS DE TRATAMENTO E RELAÇÃO COM DESFECHOS CLÍNICOS NO IAMCSST: UMA AVALIAÇÃO DE DOIS HOSPITAIS DA REDE DE CUIDADOS AO INFARTO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Introdução/Fundamentos

Com uma prevalência de mais de 15 milhões de norte americanos, e 1,8 milhões de óbitos na Europa, o infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal patologia dentro das doenças cardiovasculares, e é hoje a primeira causa de morte em todo o mundo. Mesmo havendo uma redução mundial na taxa de mortalidade por essa doença, no Brasil, ela ainda segue extremamente elevada. No tratamento do IAM, um dos aspectos mais importantes para o melhor prognóstico do paciente é garantir que os tempos estabelecidos pelas diretrizes internacionais sejam seguidos; contudo, cada vez mais trabalhos demonstram a dificuldade mundial dos serviços de saúde em conseguir realizar o tratamento dentro desses tempos.

Objetivos

Avaliar a relação dos tempos de tratamento Dor-Porta e Porta-Balão nos pacientes com supra-desnivel ST (IAMCSST) com os desfechos cardiovasculares em 30 dias, de pacientes atendidos em dois grandes hospitais públicos de Porto Alegre.

Caso

Coorte histórica, através da pesquisa aos prontuários eletrônicos e dos bancos de dados já existentes dos serviços de hemodinâmica de todos os pacientes com diagnóstico de IAMCSST submetidos a angioplastia entre Março de 2015 e Setembro de 2016. Os desfechos foram óbito intra-hospitalar e em 30 dias, e eventos cardíacos maiores (MACE) hospitalar e em 30 dias.
RESULTADOS: 808 pacientes avaliados, sendo 26,9% provenientes do HCPA e 73,1% do IC-FUC. Não houve diferença significativa na caracterização da amostra. Um terço dos pacientes apresentaram tempo Dor-Porta ≤180min, 72% tempo Porta-Balão <90min; a mediana do tempo total de isquemia foi de 338 minutos. Na avaliação dos tempos não houve diferença significativa entre os dois hospitais. Para MACE e óbitos intra-hospitalares, o único tempo que se mostrou significativo, após o ajuste multivariado, foi o Porta-Balão, onde os pacientes com tempo >90min apresentaram razão de risco 1,06 (IC 95% 1,02-1,11) e 5,78 (IC 95% 1,44-23,2), respectivamente para os desfechos. Para MACE total e óbito total, nenhum dos 3 tempos se associou significativamente com o desfecho após ajuste; contudo, tempo Porta-Balão≥90min seguiu sendo significativo para razão de risco bruto para ambos, assim como Dor-Porta para óbito total.

Conclusões/Considerações finais

Esses dados corroboram as recomendações internacionais para cumprimento dos menores tempos de atendimento, em especial do tempo Porta-Balão, para o bom prognóstico. Infelizmente, em nosso meio, o tempo de isquemia miocárdica ainda está muito aquém do ótimo, necessitando ainda de muita melhoria na área para que consigamos melhorar os desfechos dos nossos pacientes.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital de Clinicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil, Instituto de Cardiologia - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Adriano Heemann Pereira Neto, Carisi Anne Polanczyc