15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tratamento cirúrgico da Estenose Valvar Aórtica em hospital geral

Fundamentação/Introdução

Estenose aórtica (EA) é a principal indicação de tratamento intervencionista nas doenças orovalvares, sendo responsável por aproximadamente 67.500 cirurgias anualmente nos Estados Unidos. Sua incidência vem aumentando progressivamente pelo envelhecimento da população, sendo que atualmente estima-se que acometa 5% dos indivíduos até 75 anos e 8% daqueles com mais de 80 anos. O EuroSCORE (European System for Cardiac Operative Risk Evaluation – EuroSCORE), com objetivo de prever a mortalidade em 30 dias para os pacientes que serão submetidos a cirurgia cardíaca também é utilizado para estimar outros desfechos como mortalidade a longo prazo, tempo de UTI, complicações, e os custos do procedimento.

Objetivos

Descrição de uma coorte de casos de estenose valvar aórtica, submetidos a tratamento cirúrgico e descrição das complicações e fatores relacionados.

Delineamento e Métodos

122 pacientes operados entre abril de 2016 e novembro de 2017 em hospital geral, sendo que 27 foram submetidos a troca valvar aórtica (22%). Destes, 3 por insuficiência aórtica e 1 por endocardite bacteriana foram excluídos. Descreveremos os achados pré e pós-operatórios em 23 cirurgias por EA (18,8%) com relação ao EuroSCORE, faixa etária e seu impacto no custo e tempo de internação pós operatória (TPO).

Resultados

: A idade média foi de 70,95 anos ± 10,04 anos (16 pacientes >77 anos), 15 (65%) do sexo feminino, 21 (91%) cirurgias eletivas e EuroSCORE médio foi de 6,86 ± 4,15. Foram realizados 5 procedimentos combinados (4 revascularizações miocárdicas e 1 troca valvar mitral + revascularização miocárdica). Tempo médio de internação hospitalar foi 12,82 ± 11,72 dias e o custo hospitalar R$43.956,39 ± 29.585,75. A taxa de complicações foi de 44,5%, sendo as mais frequentes: hemotransfusão (16, 70%) e tempo de extubação prolongado (11, 52%), sem diferença significativa no TPO em relação aos pacientes sem complicações (13,2 vs 8,5; p=0,18) entretanto com um custo significativamente maior (R$ 45.912,14 ± 30.243,30 vs R$ 23.420,90 ± 613,29; p=0,001). Ao separarmos os pacientes de acordo com a faixa etária: <65, 66-76 e >77 anos, o EuroSCORE médio foi 2.7 ± 1.5, 6.5 ± 3,3, 10.3 ± 3.5 e a incidência de complicações foi de 31%, 67% e 38% respectivamente.

Conclusões/Considerações finais

No presente estudo, os pacientes com mais de 66 anos e alto risco pelo EuroSCORE, apresentaram uma incidência maior de complicações com consequente TPO e custo mais elevados. A identificação pré-operatória de pacientes com alto risco e o estabelecimento de rotinas multiprofissionais serão importantes na redução das complicações pós-operatórias bem como suas consequências.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital IGESP - São Paulo - Brasil

Autores

Marco Antonio Ferreira dos Anjos, Eduardo Vilarinho Taino, Rizek Mikhail Hajjar Gomides, Guilherme Lira Leite, Norton Wagner Ferracini, Irapuan Magalhães Penteado