15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Perineurioma esclerosante gástrico: relato de caso raro

Introdução/Fundamentos

O perineurioma esclerosante é uma neoplasia benigna rara, mais comum em adultos do sexo feminino e pouco conhecida por dermatologistas e anatomopatologistas. Ocorre a partir de células perineurais de nervos periféricos e costuma se apresentar como nódulo ou pólipo indolor e assintomático que acomete a pele dos quirodáctilos e da região palmar, com apenas 4 casos descritos na topografia gástrica até o momento.

Objetivos

A diferenciação do perineurioma esclerosante com o tumor estromal gastrointestinal (GIST) tem importância prognóstica e terapêutica, sendo pouco conhecida pelos médicos e sua necessidade é objetivada neste relato de caso.

Caso

I.R.J., 30 anos, casado, almoxarife. Procurou atendimento em 2010 com queixa de dor epigástrica em queimação junto a episódios de cefaleia e náuseas. Foi realizada uma primeira endoscopia digestiva alta (EDA) na qual identificou-se a presença de estrutura polipoide cuja biópsia não foi realizada na ocasião. O teste da urease foi positivo e a partir de então instaurou-se tratamento específico para Helicobacter pylori.
Em 2017 os sintomas retornaram associados a pirose e flatulências, momento no qual realizou-se nova EDA, que revelou enantema leve de antro e presença de pólipo séssil de 12 mm na grande curvatura gástrica. Procedeu-se com polipectomia e encaminhamento do espécime para análise histopatológica e teste da urease, que se revelou positivo.
Ao exame histopatológico, a lesão era submucosa, hipocelular, bem delimitada, e constituída por células fusiformes pequenas e uniformes entre si em meio à fibras espessas de colágeno. Inicialmente o diagnóstico histopatológico apontava para GIST benigno. Posteriormente, o estudo imuno-histoquímico foi compatível com o diagnóstico de perineurioma esclerosante.

Conclusões/Considerações finais

Perineuriomas gástricos podem ser sub-reconhecidos como GIST benigno visto suas características histológicas semelhantes. Por conta disso, há a necessidade de confirmação por Imuno-histoquímica.
Por ser notavelmente raro em topografia gástrica, o perineurioma desta localidade necessita ser mais bem estudado e relatado a fim de suscitar suspeita frente a um diagnóstico inicial de GIST benigno.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - Espírito Santo - Brasil, Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

Felipe de Souza Cabral, Vitor de Lima Costa, Luana Zanoni Schauffer, Willian de Sá Lessa