15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ARTERITE DE TAKAYASU COM ANEURISMA DE DIFÍCIL CONTROLE: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Arterite de Takayasu, conhecida como doença sem pulso,tromboaortopatia oclusiva ou Síndrome de Martorell, é uma arterite inflamatória crônica que acomete os grandes vasos, predominantemente aorta, ramos principais e artérias pulmonares. A inflamação vascular leva a espessamento das paredes, fibrose, estenose e formação de isquemia. Os sintomas refletem lesão de órgãos-alvo por isquemia. As inflamações agudas podem levar a destruição da túnica média e subsequente formação de aneurismas.

Objetivos

O intuito principal desse artigo consiste em reforçar o papel da terapêutica adequada na Arterite de Takayasu e, enfim, melhorar a qualidade da assistência médica.

Caso

Paciente do sexo feminino, 18 anos, apresentou hipertensão arterial sistêmica (HAS), iniciando tratamento hipotensor em outubro de 2012. Exames de rotina apresentavam-se normais. Após três anos de evolução, a HAS se agravou e a paciente passou a ser medicada com Hidroclorotiazida, Alfa-metildopa e Nifedipina. Aos 21 anos, a avaliação renal via Doppler detectou estenose de artéria renal direita, com função renal preservada (creatinina=1,14mg/dl). Paciente evoluiu com quadro de cefaléia e eventuais lipotimias. Aos 23 anos, apresentou síncope, sendo encaminhada ao PS onde foi detectado aneurisma de carótidas internas bilaterais. Iniciou o segmento reumatológico com diagnóstico de Arterite de Takayasu e tratamento imunossupressor com Azatioprina 100mg. O diagnóstico foi feito por meio de quadro clínico e imagem angiográfica compatíveis com a doença, excluindo outras possíveis causas, e a paciente preencheu todos os critérios de classificação de AT de acordo com o Colégio Americano de Reumatologia. Em agosto de 2017, os exames revelaram aumento da atividade inflamatória. Considerando possível encaminhamento para cirurgia, evitado até então em razão do aumento de provas inflamatórias (VHS=65mm/L e PCR=8,7mg/dL), paciente procurou o convênio para segunda opinião reumatológica; e foi encaminhada para o consultório particular da Dra. Lúcia Goulart, docente da cadeira de Reumatologia da Universidade de Santo Amaro - UNISA. Iniciou-se pulso terapia mensal com 1g de Ciclofosfamida por seis meses. Após dois meses (fevereiro de 2018), as provas inflamatórias apresentaram redução significativa (VHS=32mm/L e PCR=5,8mg/L) e, ao fim do quarto mês de tratamento, encontravam-se normais (VHS=20 mm/L e PCR= 1,0mg/dL) e, a reavaliação renal mostrou uréia (54mg/dl) e creatinina (0,89 mg/dl) reduzidas. Além disso, a angiotomografia revelava estabilização do diâmetro dos aneurismas, de 1,3cm e 1cm, nas carótidas internas direita e esquerda, respectivamente. O tratamento foi continuado até completar seis meses. Em seguida, a pulsoterapia foi alterada para bimestral, com programação de três pulsos de 1g de Ciclofosfamida, o equivalente a seis meses de tratamento. A paciente caminha para o segundo mês da terapia bimestral e, com oito meses de tratamento, foi reavaliada e mantêm os aneurismas sem progressão. A programação é, permanecendo estável ao final da pulsoterapia, voltar ao tratamento de manutenção com Azatioprina.

Conclusões/Considerações finais

Esse caso reforça a importância de um diagnóstico correto, visando abordagem terapêutica adequada e prevenção das complicações associadas à Arterite de Takayasu.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina Santo Amaro - São Paulo - Brasil

Autores

Giulia Mauro Battistuzzi, Marcela Georgetti Juliasz , Camilla Facundes Facundes , Laura da Rocha Fernandes, Lúcia Stella Goulart