15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO ENTRE AS PARTÍCULAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS, DADOS CLIMÁTICOS E AFECÇÕES DE VIAS RESPIRATÓRIAS NA CIDADE DE CURITIBA

Fundamentação/Introdução

De acordo com a OMS, 50% das doenças respiratórias crônicas e 60% das doenças respiratórias agudas estão associadas à exposição a poluentes atmosféricos. Ainda, poluição do ar e as alterações climáticas estão interligadas. Mudanças nos padrões climáticos podem, por exemplo, aumentar a concentração de ozônio na atmosfera, contribuindo com o aparecimento ou exacerbação de algumas doenças respiratórias.

Objetivos

Avaliar o impacto da exposição ao ar atmosférico poluído e alterações do tempo sobre as doenças respiratórias dos habitantes de Curitiba-PR.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico observacional retrospectivo, realizado em Curitiba - Paraná.
Dados referentes aos Indicadores de Qualidade do Ar do período de 2014 a 2016 foram recolhidos dos boletins mensais de qualidade do ar, fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná. Foram testados como variáveis independentes os poluentes O3, MPTS, MP10, NO2, SO2, CO e PTS.
Selecionou-se as Unidades de Saúde Vila Hauer, Ouvidor Pardinho, Barigui e Santa Cândida.
As doenças respiratórias, fornecidas por número de atendimentos no mês, foram coletadas em formato de Classificação Internacional de Doenças, sendo elas: Nasofaringite aguda, Sinusite aguda não especificada, Faringite aguda não especificada, Amigdalite aguda não especificada, Infecção de Vias Aéreas não especificada (IVAS), Laringite aguda, Bronquite crônica simples, Bronquite crônica não especificada, DPOC com infecção respiratória aguda do trato respiratório inferior, Asma alérgica, Bronquite aguda não especificada e Rinite alérgica não especificada.
Introduziu-se temperatura e umidade relativa do ar como variáveis de controle nos modelos.

Resultados

Dentre as patologias, as doenças agudas foram mais prevalentes que as crônicas. Além disso, esse número de atendimentos relacionou-se também com a qualidade do ar, ou seja, maior quantidade de pessoas quando qualidade do ar insatisfatória.
Foi observado um aumento na concentração de poluentes com a diminuição da umidade relativa do ar. Isto ocorreu com o poluente O3 na região da UBS Ouvidor Pardinho, Santa Cândida e Boqueirão. Para o poluente MPTS, esta correlação ocorreu próximo à região Boqueirão.
Houve correlação entre temperaturas amenas e aumento de poluentes como MPTS, PM10 e NO2, principalmente na região do Boqueirão e Ouvidor Pardinho. Notou-se uma distribuição uniforme do O3 no período avaliado, não relacionado a variações de temperatura.
Por fim, como esperado, observou-se aumento do número de doenças respiratórias agudas com a queda da temperatura.

Conclusões/Considerações finais

A exposição aos poluentes atmosféricos tem efeitos diretos na saúde da população curitibana. O aumento da concentração desses poluentes correlacionou-se ao aumento de atendimentos médicos e de doenças respiratórias agudas. Também mostrou-se a relação entre temperatura e umidade do ar mais baixas à presença de maior concentração de poluentes.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

PUCPR - Paraná - Brasil

Autores

Letícia Ruthes Niz, Giulianna Ribas Simonetti, Jéssica Calixto Calil Penteado, Kamilla Wetters Georges, Karin Mueller Storrer