15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Otimização do tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida em paciente sintomático

Introdução/Fundamentos

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas dos tecidos. Possui características malignas em suas fases avançadas e uma taxa de mortalidade tardia de 8,8% em pacientes com fração de ejeção (FE) reduzida. Contudo, a história natural desta patologia pode ser modificada através do tratamento farmacológico adequado, associado à mudança no estilo de vida, podendo reduzir, dessa forma, morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Objetivos

Mostrar que o tratamento farmacológico preconizado pela Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda foi eficaz em paciente jovem e sintomático com (FE) reduzida.

Caso

Paciente masculino, 32 anos, ex-tabagista, ex-usuário de drogas, HIV positivo sem tratamento há 4 anos, hepatite C sem conhecimento prévio, hipertensão arterial sistêmica e IC desde 2014, com tratamento irregular. Internou em enfermaria clínica devido quadro de edema de membros inferiores, piora da dispneia e fadiga aos médios esforços, ortopneia e dor torácica não ventilatório dependente. Estava há um mês sem fazer uso de Carvedilol, tratando apenas com diurético. Realizou ecocardiograma na admissão, que evidenciou importante redução da função sistólica global (FE: 27%), dilatação do átrio esquerdo e das cavidades direitas, hipertensão arterial pulmonar moderada e veias cavas com diâmetro limítrofe com colabamento inspiratório < 50%. Paciente internou usando Carvedilol 6,125 mg/dia, Enalapril 5 mg/dia, Espironolactona 25 mg/dia e Furosemida 40 mg/dia e, ao longo da internação, as doses das medicações foram aumentadas gradualmente. Apresentou intolerância ao Enalapril, sendo então modificado para Losartana. Paciente evoluiu bem à otimização da terapia, chegando nas doses alvo de Carvedilol (50 mg/dia), Losartana (100 mg/dia), Espironolactona (25 mg/dia) e Furosemida (80 mg/dia), com classificação funcional New York Heart Association (NYHA) I. Antes da alta hospitalar, fora realizado novo ecocardiograma, evidenciando FE: 28%, porém com pressão sistólica na artéria pulmonar limítrofe, veia cava inferior de diâmetro normal, com colabamento inspiratório > 50%, mostrando, portanto, que o tratamento preconizado melhorou tanto os sintomas do paciente como a sua função cardíaca.

Conclusões/Considerações finais

Apesar dos avanços no tratamento desta patologia nos últimos anos, não se observou diminuição significativa na mortalidade da mesma. Parte disso se deve à que cerca de 90% dos pacientes com IC com FE reduzida não se encontram com doses adequadas das drogas estabelecidas pelas grandes sociedades. Mais esforços devem ser realizados para que isto ocorra, incluindo avaliação periódica do paciente para avaliar a resposta terapêutica, tolerâncias às drogas, aparição de efeitos adversos que dificultam a adesão ao tratamento e a facilitação no acesso aos medicamentos preconizados, evitando, assim, a descompensação do quadro.

Palavras-chave

Doenças cardiovasculares; Insuficiência cardíaca; Tratamento farmacológico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Sabrina Costacurta, Luisa Emely Lise Simoneti, Pedro Eduardo Dornelles Hochmuller, Lucas Rodrigues Mostardeiro, Rafael Lázaro Gomes Barros, Paulo Orlando Alves Monteiro