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Palestrantes
Professor Dr. Ashok Pandey
Biografia
O Professor Ashok Pandey é atualmente Cientista Distinto no Centro de Inovação e Pesquisa Translacional, CSIR-Instituto Indiano de Pesquisa Toxicológica, Lucknow, Índia. Seus principais interesses de P&D estão em biotecnologia industrial/ambiental e biociências energéticas. Ele tem cerca de 1.550 publicações/comunicações, que incluem 16 patentes, 120 livros, cerca de 1.000 artigos e capítulos de livros etc. Possui o Google Scholar H-index de 134, com mais de 78.000 citações. O Professor Pandey recebeu muitos prêmios e homenagens nacionais e internacionais, que incluem Fellow of the World Academy of Sciences (sgl. inglês TWAS), Fellow of Indian National Science Academy (sgl. inglês INSA), Fellow of National Academy of Science (sgl. inglês NASI), etc. É Top Cited Researcher (Top 1 % do mundo), Clarivate Analytics (2018-2023); Cientista de destaque em biotecnologia (nº 1 na Índia e nº 8 no mundo), classificação mundial da Universidade de Stanford (2020-2023), etc. Ele é presidente fundador da Biotech Research Society, Índia (sgl. inglês BRSI) e fundador da International Bioprocessing Association (sgl. inglês IBA).
Professor Dr. Ashok Pandey
Título da palestra
Biorresíduos em recursos para o desenvolvimento sustentável para a bioeconomia circular.
Resumo
O tratamento e gestão de resíduos sólidos é uma questão importante em todo o mundo. Vários países carecem de infra-estruturas básicas adequadas de gestão de resíduos e de sensibilização para a sua eliminação ou gestão de forma sustentável. Desde os últimos anos, tem havido uma atenção crescente em vincular os resíduos à energia como uma solução atraente para a recuperação de recursos, que eventualmente oferece benefícios potenciais quando se trabalha nos príncipes da biorrefinaria numa bioeconomia circular. O conceito de Resíduos-para-o-Bem-estar (W-2-W) e de Resíduos-para-Energia (W-2-E), por um lado, oferece uma oportunidade única para manusear e eliminar resíduos sólidos (resíduos urbanos, resíduos alimentares e resíduos agro-industriais). Por outro lado, fornece fontes alternativas de energia renovável e produtos químicos. Uma biorrefinaria é uma instalação que integra processos e equipamentos de conversão de biomassa para produzir bioprodutos, incluindo biocombustíveis e produtos químicos. É análogo à refinaria de petróleo de hoje. Ao produzir diversos produtos, uma biorrefinaria aproveita as vantagens de diversos componentes presentes na biomassa e seus intermediários, maximizando assim o valor derivado da matéria-prima da biomassa. Eles também auxiliam na utilização completa ou quase completa da matéria-prima e na redução de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos. Duas vias principais para isso incluem a conversão termoquímica e a conversão bioquímica. No entanto, a integração de processos é fundamental para o sucesso técnico-económico. A palestra discutirá questões e perspectivas relacionadas.
Professora Dra. Denise Maria Guimarães Freire
Biografia
A pesquisadora é Professora Titular do Instituto de Química/Depto. de Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora nível 1A do CNPq e bolsista Cientista do Nosso Estado da FAPERJ. Sua competência é reconhecida por seus pares em aspectos relacionados à produção de enzimas com ênfase em produção e uso de lipases e biotensoativos (Google Scholar H-index = 61, SCOPUS 46 e 40 no ISI). Adicionalmente, a referida professora foi incluída na lista de 2019 e 2022 dos pesquisadores mais influentes do mundo, segundo a revista norte-americana Public Library of Science (sig. inglês PloS) Biology e no ranking Research.com. Além disto, a referida pesquisadora recebeu 36 prêmios acadêmicos, possui publicações em revistas internacionais indexadas (222), capítulos de livros (11) e patentes (34), sendo três delas desenvolvidas (2 em 2019 e 1 em 2020), e uma que foi licenciada para uso pelo IBAMA na remediação de solos em 2013. Além disso, orientou diversas dissertações de mestrado (49) e teses de doutorado (40).
Professora Dra. Denise Maria Guimarães Freire
Biocatálise e o Futuro da Indústria Química Sustentável
Utilização de resíduos e subprodutos: soluções biotecnológicas para um futuro sustentável
Resumo
A biocatálise tem o potencial de revolucionar a indústria química, oferecendo alternativas mais sustentáveis e ecológicas aos processos químicos tradicionais. Além de atender à demanda por tecnologias menos nocivas ao meio ambiente, o uso de enzimas pode trazer outros benefícios como maior qualidade do produto, menos desperdício e menor consumo de energia. Além disso, os avanços na engenharia de biocatalisadores e na otimização de bioprocessos provavelmente ampliarão o escopo da biocatálise, tornando-a uma opção cada vez mais atraente para a indústria química, impulsionando uma transição para uma indústria mais sustentável. Esses benefícios estão contribuindo como fator determinante para a utilização de enzimas em diversas aplicações ao redor do mundo. Este seminário apresentará exemplos de processos de produção e utilização de biocatalisadores para obtenção de biocombustíveis, alimentos e biolubrificantes.
Professora Dra. Helen Trinchel
Biografia
Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Rio Grande (1999), mestrado e doutorado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (2001 e 2004, respectivamente). Atualmente é Professora e Pesquisadora na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim. Atua nos cursos de graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, Ciências Biológicas e Agronomia, e é Docente Permanente nos Programas de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (UFFS-Campus Erechim), Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFFS-Campus Laranjeiras do Sul) e Biotecnologia e Biociências (UFSC). Atua como líder do grupo de pesquisa Agroenergia (AGROEN) e vice-líder do grupo Processos Enzimáticos e Microbiológicos (GPPEM). Coordena o Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos (LAMIBI) da UFFS (Erechim), atuando principalmente nos seguintes temas: Planejamento de experimentos e otimização estatística de bioprocessos; Produção, purificação, imobilização e aplicação de enzimas; Uso de microrganismos e enzimas no tratamento e/ou valorização de efluentes e resíduos; Bioinsumos; Bioherbicidas; Biocombustíveis. Fator H no Web of Sciece: 36, e no Scopus: 38. PQ 1C CNPq.
Professora Dra. Helen Treichel
Título da palestra
VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS UTILIZANDO BIOPROCESSOS
Resumo
A valorização de resíduos agroindustriais por meio de bioprocessos representa uma abordagem estratégica para a sustentabilidade, agregando valor a materiais que seriam descartados e transformando-os em produtos de alto valor agregado. Os bioprocessos utilizam microrganismos e enzimas para converter esses resíduos em compostos úteis, como biocombustíveis, biopolímeros, biofertilizantes, bioherbicidas, enzimas industriais, e outros produtos. Assim, serão abordados os principais aspectos dessa valorização, destacando exemplos e aplicações.
Professora Dra. Luciana Rocha Barros Gonçalves
Biografia
Luciana Gonçalves é formada em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos, além de mestra e doutora na mesma área. Em 2021, foi pesquisadora visitante no Departamento de Engenharia Química e Biológica da Universidade do Colorado em Boulder. Atualmente, Luciana é Professora Titular do Departamento de Engenharia Química e Reitora Associada da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Design da Universidade Federal do Ceará (UFC). Seus interesses de pesquisa estão centrados em Processos Bioquímicos dentro da Engenharia Química, com expertise específica em áreas como processos enzimáticos, biocatálise, imobilização de enzimas, biorreatores, fermentação submersa, biocombustíveis e desenvolvimento de medicamentos. Luciana possui ampla experiência e expertise em sua área.
Professora Dra. Luciana Rocha Barros Gonçalves
Título da palestra
Podemos usar modelagem matemática e aprendizado de máquina para explorar fatores críticos na imobilização de enzimas para uma biocatálise mais eficiente?
Resumo
Melhorar a biocatálise através da imobilização enzimática é crucial. No entanto, identificar os fatores-chave para uma imobilização bem-sucedida é um desafio devido ao grande número de variáveis envolvidas. Com inteligência artificial e aprendizado de máquina combinados com equações fenomenológicas, a modelagem matemática pode ser usada para o projeto racional de biocatalisadores heterogêneos. Nossa pesquisa visa explorar essas tecnologias para otimizar a biocatálise em processos mais sustentáveis.
Professor Dr. Héctor A. Ruiz
Biografia
O Dr. Héctor A. Ruiz obteve seu Ph.D. em Engenharia Química e Biológica pelo Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho em Portugal. Atualmente é professor titular e fundador do Biorefinery Group (www.biorefinerygroup.com) e chefe da Planta Piloto de Biorrefinaria para Fracionamento de Biomassa na Universidade Autônoma de Coahuila, no México. Dr. Ruiz é editor-chefe do BioEnergy Research Journal (Springer), membro do conselho editorial da Bioresource Technology (Elsevier) e editor do livro Hydrothermal Processing in Biorefineries da Springer. É autor ou coautor de mais de 140 publicações, incluindo artigos revisados por pares e capítulos com mais de 6.000 citações e índice h de 43 (Google Scholar Citations). Ruiz trabalha para promover a ciência e tecnologia de biorrefinamento de biomassa de lignocelulose e algas (micro-macro).
Professor Dr. Héctor A. Ruiz
Título da palestra
Biomassa de bagaço de agave como plataforma para biorrefinarias bioquímicas
Resumo
Diferentes estratégias de pré-tratamentos foram desenvolvidas ao longo dos anos, principalmente para melhorar o fracionamento de biomassa na produção de biocombustíveis líquidos e compostos de alto valor agregado como xilooligossacarídeos e biocombustíveis em termos de conceito de biorrefinaria. O processamento hidrotérmico no qual o material lignocelulósico é pré-tratado apenas com água/vapor comprimido em altas temperaturas e pressões é baseado na solubilização e despolimerização da hemicelulose. Em nosso grupo de pesquisa, foi desenvolvido o projeto e operação de um reator tubular de explosão a vapor em escala piloto para o fracionamento de biomassa em termos de biorrefinaria. O projeto do reator tubular em escala piloto foi desenvolvido em três etapas principais: 1) O projeto conceitual de engenharia; 2) Projeto básico de engenharia e 3) projeto detalhado de engenharia. Além disso, o bagaço de agave é uma biomassa lignocelulósica com grande potencial no México e é composta principalmente por celulose, hemicelulose e lignina. O objetivo do presente estudo foi avaliar as estratégias de aumento de escala de operação para pré-tratamento hidrotérmico e diferentes condições operacionais para hidrólise enzimática em altas cargas pré-tratadas de sólidos em bagaço de agave pré-tratado hidrotermicamente para produzir altas concentrações de glicose. Os pré-tratamentos foram realizados na relação sólido/líquido em regime isotérmico, com temperatura de 194°C e tempo de residência de 30 min, condições que produziram uma concentração de celulose de 46,5% em base seca. Além disso, um biorreator horizontal foi projetado para sacarificação enzimática em altas cargas de sólidos [25% (p/v)]. O biorreator melhorou a eficiência da mistura, com conversões de celulose de até 98% (195,6 g/L em 72 h). O processamento hidrotérmico revelou-se um método eficaz para o fracionamento do bagaço de agave em seus principais componentes, fornecendo um sólido rico em celulose suscetível à sacarificação enzimática.
Professor Dr. Adalberto Pessoa Junior
Biografia
Professor Titular de Biotecnologia Farmacêutica da FCF/USP. Engenheiro de Alimentos pela UFV, mestre e doutor em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica pela USP, com sanduíche na Alemanha (GBF) e Pós-Doutorado no MIT. Foi agraciado com o título de livre docente em 2001. Professor visitante no King's College London, Universidad de La Frontera (Chile) e Universidade de Gênova. Ele possui 11 patentes; 300 artigos; 7.200 citações; Índice H = 42; 5 livros na área Upstream e Downstream. Graduou 22 mestres; 31 doutores e orientou 25 pós-doutorados.
Professor Dr. Adalberto Pessoa Junior
Título da palestra
Desenvolvimento de processos produtivos de biofármacos, biocosméticos e bioinsumos agrícolas: upstream, downstream e Startup
Resumo
O desenvolvimento de produtos biotecnológicos envolve colaboração interdisciplinar entre biólogos, engenheiros, químicos e especialistas em regulamentação. A produção eficiente e econômica depende da otimização dos processos upstream, downstream e de startup. No upstream, o desenvolvimento de linhas celulares e a formulação de meios suportam a expressão de produtos de alto rendimento. O cultivo amplia os processos com controle preciso de parâmetros. Os processos downstream incluem ruptura celular, purificação através de várias técnicas e filtração para remoção de impurezas. A formulação estabiliza o produto para armazenamento. A inicialização envolve projeto de instalações, instalação de equipamentos, validação, conformidade regulatória e controle de qualidade.
Professora Dra. Maria Alice Zarur Coelho
Biografia
Atualmente Maria Alice é Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Diretora Adjunta de Inovação Tecnológica e Pesquisa da Escola de Química, Pesquisadora CNPq e Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Tem experiência na área de Engenharia Química, com ênfase em processamento digital de imagens aplicado a sistemas biológicos, Bioprocessos catalisados por leveduras, em especial Yarrowia lipolytica, Biocatálise enzimática e Valorização de resíduos agroindustriais, coordenando projetos junto à órgãos de fomento e a empresas de diferentes setores industriais. Orientou mais de 50 alunos de mestrado e doutorado, sendo membro permanente do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos e do Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos, ambos da UFRJ, além de professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da COPPE / UFRJ. Em seu CV encontram-se listados mais 100 artigos científicos publicados e projetos de cooperação internacional com Portugal, Espanha, Índia, Bélgica e França.
Professora Dra. Maria Alice Zarur Coelho
Título da palestra
Bioprodução em sistemas multifásicos.
Resumo
Sistemas biológicos industriais desenvolvem-se essencialmente em ambientes aquosos, sendo essa característica muitas vezes colocada como uma desvantagem tendo em vista que os bioprodutos encontram-se diluídos, encarecendo os processos de separação / purificação. Novas abordagens vêm sendo usadas envolvendo processos de remoção in-situ empregando mais de uma fase líquida assim como uso de matérias primas alternativas, reflexo da valorização de resíduos, sejam eles sólidos ou gasosos. Deste modo, o desenvolvimento desses processos conjuga conhecimentos fundamentais da área biológica (relacionados à bioquímica e morfologia celular) bem como aspectos de engenharia (concernentes a interações entre fases sólida, líquida e gasosa), tornando-se assim um espaço de agregação de competências. Processos envolvendo a levedura Yarrowia lipolytica, eucariótica e dimórfica, e considerada como um novo work-horse industrial fazem parte do cotidiano do grupo em Engenharia de Sistemas Biológicos (BIOSE) da Escola de Química da UFRJ e servirão de base para uma discussão sobre o tema.
Dr. Mario Tyago Murakami
Biografia
Por mais de uma década, Murakami chefiou as instalações de cristalografia macromolecular da fonte de luz síncrotron brasileira. Desde 2018, é diretor científico do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Brasil. Sua pesquisa atual está centrada na descoberta, compreensão mecanicista e projeto de enzimas biotecnologicamente relevantes, incluindo esforços de engenharia genética em fungos filamentosos para aumentar a produção de enzimas. Murakami também traduz ativamente sua experiência científica em impacto social, liderando projetos de inovação em P&D de longo prazo em colaboração com empresas de biotecnologia.
Dr. Mario Tyago Murakami
Título da palestra
Rotas biotecnológicas sob medida para biorrefinarias brasileiras: da degradação da lignocelulose à biossíntese de hidrocarbonetos.
Resumo
O Brasil tem grandes vantagens comparativas para o desenvolvimento de uma economia de base biológica sustentável, principalmente devido à grande e já instalada capacidade de produção de biomassa lignocelulósica de baixo custo. No entanto, a utilização de lignocelulose em biorrefinarias enfrenta grandes desafios, incluindo a decomposição enzimática da biomassa e o desenvolvimento de biofábricas celulares para conversão de monômeros em produtos de valor acrescentado. Neste contexto, a apresentação centrar-se-á nos recentes avanços no desenvolvimento de uma plataforma fúngica para a produção de enzimas visando a despolimerização da lignocelulose e a descoberta de novos biocatalisadores para a biossíntese de hidrocarbonetos sustentáveis, um elemento fundamental para a energia e os produtos químicos.
Professor Dr. Jules van Lier
Biografia
Prof. Dr. Jules van Lier é professor titular de "Tratamento de Águas Residuais/Engenharia Ambiental" e chefe da Seção de Engenharia Sanitária, Departamento de Gestão de Água da TUDelft e na UN-IHE, Delft, ambos na Holanda. Ele recebeu seu mestrado e doutorado pela Universidade de Wageningen, Holanda. Jules van Lier é especializado em tratamento anaeróbico e seu interesse de pesquisa compreende o desenvolvimento de tecnologias econômicas para tratamento de águas (residuais), recuperando recursos como água, nutrientes, biogás e outros elementos. Ele (co) é autor de mais de 300 artigos científicos e capítulos de livros.
Professor Dr. Jules van Lier
Título da palestra
O papel e as potencialidades do tratamento anaeróbico na economia circular
Resumo
Nos processos de conversão anaeróbica a energia bioquímica, armazenada em compostos orgânicos, é depositada na forma mais reduzida de carbono, o gasoso, quase insolúvel, CH4. Este último é comumente recuperado como fonte de energia em substituição aos combustíveis fósseis. Além do carbono, muitos outros elementos, como nitrogênio, fósforo e metais (pesados), são mineralizados e podem ser recuperados por meio de técnicas de recuperação bioquímica e físico-química. Alternativa ao metano, os produtos de fermentação podem ser colhidos servindo como plataforma de produtos químicos a granel. A palestra abordará nossos insights atuais e novos desenvolvimentos.
Professor Dr. Mark Post
Biografia
Dr. Mark Post, MD/PhD, é professor de Engenharia de Tecidos Industriais Sustentáveis na Universidade de Maastricht e professor visitante em Harvard, Universidade de Modena e Universidade Singularity. Ele desenvolveu carne cultivada a partir de células-tronco do músculo esquelético bovino e couro cultivado. Ele apresentou o primeiro hambúrguer do mundo feito de carne bovina cultivada em 2013. O Dr. Post foi coautor de 200 artigos nas principais revistas científicas revisadas por pares e deu mais de 500 palestras convidadas em todo o mundo. Dr Post é CSO e cofundador da Mosa Meat e da Qorium, para comercializar carne cultivada e couro.
Professor Dr. Mark Post
Título da palestra
Uma indústria de bioengenharia emergente em escala sem precedentes.
Resumo
A carne cultivada desenvolveu-se rapidamente nos últimos 7 anos. Muitos avanços foram feitos, como um meio livre de soro, linhas de células musculares e adiposas imortalizadas, e uma diferenciação robusta de células-tronco em células musculares e adiposas maduras. As fábricas estão sendo projetadas e construídas para demonstrar escalabilidade e um número limitado de produtos foi aprovado pelos órgãos reguladores. Ainda assim, os desafios permanecem e são necessárias inovações técnicas para atingir a escala industrial e a relação custo-eficácia. As empresas privadas, bem como um número crescente de instituições académicas, são os motores da inovação.
Professor Dr. Marcelo Zaiat
Biografia
Marcelo Zaiat é Engenheiro Químico e Mestre em Engenharia Química (Universidade Federal de São Carlos - UFSCar), Doutor em Engenharia Hidráulica e Sanitária (Universidade de São Paulo - USP), com Livre-Docência em Tratamento Biológico de Efluentes (USP). É professor titular da Escola de Engenharia de São Carlos - USP desde 1998 na área de Engenharia Ambiental e Pesquisador 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele é especializado em Tecnologia de Tratamento Anaeróbico e publicou cerca de 300 artigos em periódicos com dupla arbitragem.
Professor Dr. Marcelo Zaiat
Título da palestra
Avanços em biorrefinaria anaeróbica para tratamento aprimorado de águas residuais.
Resumo
O conceito de biorrefinaria encontrou aplicação significativa em sistemas de tratamento de águas residuais em todo o mundo, com numerosos grupos de pesquisa liderando avanços neste campo. Um ponto focal dessas inovações tem sido a utilização da biotecnologia anaeróbica, levando a melhorias notáveis nos rendimentos e na produtividade. Isto inclui o aumento da produção de ácidos orgânicos, solventes, bioplásticos, hidrogénio, metano e vários outros subprodutos valiosos. Esta palestra tem como objetivo apresentar avanços recentes na biotecnologia anaeróbica, mostrando seu papel como uma ferramenta poderosa na mitigação de impactos ambientais e contribuindo para práticas sustentáveis de tratamento de águas residuais.
Professor Dr. Júlio Cesar de Carvalho
Biografia
Pesquisador e docente na UFPR área de processos biotecnológicos, atuando principalmente com desenvolvimento de processos fermentativos industriais, bioseparações (downstream processing) e ensino de engenharia. Graduado em Engenharia Química pela UFPR (1994), mestre em Engenharia Química pel UFSC (1998) e doutor em Processos Biotecnológicos pela UFPR (2004). Temas recentes de pesquisa: biopigmentos alimentares de Monascus e de outros microrganismos, fermentação em substrato sólido, bioseparações, cultivo de microalgas para extração de metabólitos de interesse industrial e farmacêutico, produção de ácido itacônico, integração de processos para a produção de biohidrogênio e a valorização de resíduos agroindustriais.
Professor Dr. Júlio Cesar de Carvalho
Título da palestra
Tendências e perspectivas na produção de biopigmentos no século 21.
Resumo
No século 20, observou-se uma significativa redução na quantidade de aditivos corantes permitidos em alimentos. Atualmente, a tendência é o uso de corantes naturais, impulsionando pesquisa na produção e aplicação de pigmentos derivados de microrganismos. Conhecidos como biopigmentos ou biocorantes, essas substâncias são produzidas por fungos, bactérias ou microalgas, e são preferidas em relação aos corantes sintéticos por conta da sua origem “natural”. No entanto, apesar de anos de pesquisa, muitos desses biopigmentos ainda não alcançaram o mercado. Por outro lado, a sua produção pode contribuir para a viabilização de bioprocessos integrados, agregando valor ao fracionar a biomassa. Diante desse cenário, questiona-se: existe um mercado relevante para novos pigmentos produzidos por bioprocessos? Quais classes de biopigmentos são promissoras e que estratégias podem ser empregadas para impulsionar o desenvolvimento desses processos? A busca por respostas a essas perguntas é crucial para avançar nessa área de pesquisa vital e estimular a colaboração interdisciplinar.
Professor Dr. Jorge Alberto Vieira Costa
Biografia
Jorge completou seu doutorado em 1996. É doutor em Engenharia de Alimentos pela Escola de Pós-Graduação da Universidade de Campinas, Brasil. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) desde 2015, atuando nas áreas de Bioprocessos e Engenharia de Alimentos. Pesquisador – nível 1A do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico – CNPq, desde 1998. Atua como Vice-coordenador dos Programas de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da CAPES (2022-2025), no Curso de Treinamento no Aviation X-Lab, Dubai Future Foundation, Emirados Árabes Unidos (2021). É pesquisador visitante em 2018 na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD). Ao longo da carreira acadêmica publicou mais de 370 artigos em revistas científicas e mais de 1.000 apresentações escritas em congressos, seminários e outros relatórios de eventos, escreveu capítulos em 52 livros, orientou 69 dissertações de mestrado, 37 dissertações de doutorado. Atualmente é Coordenador de 13 Projetos, entre eles cultivo de microalgas, biocombustível de aviação, bioetanol, biodiesel, biogás, biossurfactantes, alimentos e combate à desnutrição. É responsável e está envolvido em projetos com diversas empresas, como Emirates Airlines, Airbus Aerospace, G&E Aviation, Petrobrás, Eletrobrás, Bungue, COPESUL, BRASKEM, Refinaria de Petróleo Ipiranga, Bunge, CGTEE, Centro de Tecnologia Canavieira - CTC, IRGOVEL, Fundação Zeri, MCTI, entre outros.
Professor Dr. Jorge
Título da palestra
Engenharia de Microalgas: Enfrentando Desafios Contemporâneos e Abrindo caminho para Inovações Futuras.
Resumo
A Engenharia de Microalgas se destaca como um campo pioneiro em processos biotecnológicos sustentáveis, oferecendo inúmeras possibilidades para enfrentar os desafios contemporâneos e abrir caminho para inovações futuras. Na procura de soluções sustentáveis, as microalgas surgem como candidatas promissoras, mostrando o seu potencial em diversas aplicações, desde a produção de biocombustíveis até à indústria farmacêutica, com a capacidade única de contribuir significativamente para resolver o problema da escassez e insegurança alimentar. No entanto, os desafios contemporâneos abrangem várias facetas, desde a otimização das técnicas de cultivo e o aumento da produtividade da biomassa até à melhoria dos métodos de colheita e à resolução de problemas de seleção e ampliação de biorreatores. À medida que investigadores e profissionais enfrentam estes desafios, torna-se evidente a urgência de desenvolver soluções eficientes e economicamente viáveis. Além disso, a integração de microalgas em estruturas de bioprocessos existentes requer abordagens interdisciplinares que combinem Biologia, Engenharia, Tecnologia e Economia. O panorama atual também reflete o reconhecimento crescente do papel crucial que as microalgas podem desempenhar na mitigação de questões ambientais e na promoção de práticas sustentáveis. Além da produção de biocombustíveis, as microalgas oferecem oportunidades na captura de carbono, no tratamento de águas residuais e na geração de compostos de alto valor. A intersecção da biotecnologia e da Engenharia de Microalgas abre novas possibilidades para a criação de alternativas amigas do ambiente com aplicações abrangentes. Olhando para o futuro, as perspectivas da Engenharia de Microalgas são promissoras. Os esforços de investigação em curso visam superar os desafios atuais e desbloquear todo o potencial das microalgas. As inovações em engenharia genética, sistemas de cultivo e processos a jusante têm o potencial de revolucionar o campo, tornando as microalgas essenciais para a bioeconomia de amanhã. À medida que os avanços avançam, a colaboração entre o meio académico, a indústria e os decisores políticos torna-se crucial para facilitar o intercâmbio de conhecimentos e impulsionar as transições necessárias, indo além dos sucessos à escala laboratorial para implementações em grande escala. Em conclusão, ao abordar os obstáculos atuais e prever possibilidades futuras, esta apresentação procura inspirar esforços coletivos para aproveitar todo o potencial das microalgas para um futuro mais verde e sustentável.
Dr. Thiago de Mello Moraes
Biografia
Biomédico com Doutorado em Farmacologia pelo Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Tem experiência na área de ensaios biológicos e farmacologia pré-clínica de fármacos e produtos naturais. Durante a pós-graduação teve participação nos seguintes projetos temáticos: BIOTA/Fapesp (Uso sustentável da Biodiversidade Brasileira: Prospecção Química e Farmacológica em Plantas Superiores); Avaliação Química-Farmacológica de plantas usadas na medicina popular do Mato Grosso do Sul e Tradicional Medicine in the Island-Caribena (TRAMIL). Servidor público do cargo de Analista em Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI) desde 2010, tendo exercido o cargo de Assessor Técnico da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED/MCTI) de 2013 à 2015 e de Coordenador de Programas e Projetos de Saúde, Biotecnologia e Agropecuária (SEPED/MCTI) de 2016 à 2019. Desde 2019 ocupa o cargo de Coordenador Geral de Ciências da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Atua na elaboração de políticas e programas de Pesquisa e Desenvolvimento nas áreas da Saúde, Biotecnologia e Agropecuária. É o Liaison Officer do International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology - ICGEB no Brasil. Representante do MCTI nas seguintes Comissões/Conselhos: Grupo de Trabalho para Elaboração da Política Nacional de Biossegurança e Bioproteção GT-PNBB, GT- do Plano Nacional de Fertilizantes, Comitê Estratégico do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos no Brasil, Conselho Deliberativo da Farmacopeia Brasileira, Comissão Técnica de Avaliação de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), Conselho Consultivo da ANVISA e no Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Dr. Thiago de Mello Moraes
Título da palestra
Ações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para promoção e fortalecimento de P.D&I em Biotecnologia.
Resumo
A biotecnologia tem se consolidado cada vez mais como uma das principais fontes de inovação nas diversas áreas do conhecimento, com destaque para as áreas de Saúde, Agropecuária e Industrial. Neste sentido a Biotecnologia tem sido destaque nas últimas edições da Estratégia Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação e, com certeza, será uma área prioritária na elaboração da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o período de 2024 a 2030. O Governo Federal tem realizado uma série de esforços, relacionados às políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação a fim de propiciar a transposição do hiato entre a pesquisa acadêmica, em que o conhecimento é produzido e o setor empresarial onde o conhecimento é traduzido em produtos e serviços. A agenda atual de C.T&I inclui o fortalecimento, ampliação e modernização qualificada da estrutura de P&D das Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) brasileiras. Essa tendência de unir pesquisa e inovação está presente nas esferas de governo e considerando essas premissas, o MCTI tem trabalhado em políticas públicas para o fortalecimento desta aproximação, em espacial no campo da biotecnologia.
Dra. Daniela Sales Valverde
Biografia
Farmacêutica Industrial Formada pela Universidade Federal do Paraná Pós-graduada em Manipulação Magistral e Cosmetologia Avançada pelo Instituto Racine MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. 20 anos de experiência em empresas do setor cosmético como Croda, Ingredion, Avon e Seppic, como Gerente Técnica e de MKT . Atualmente é cientista sênior, com foco em inovação de médio e longo prazo, na área de Pesquisa e Inovação Estratégica de Produtos no Grupo Boticário.
Dra.Larissa Carmona Zonta
Título da palestra
Biotecnologia na Indústria Cosmética: Avanços, Desafios e Tendências Futuras
Resumo
A biotecnologia tem uma influência significativa na indústria cosmética, sendo utilizada para o desenvolvimento de matérias-primas para produtos, polímeros para embalagem, processos de reciclagem biológica e captura de CO2 atmosférico. O objetivo da discussão é mostrar como o setor conecta biotecnologia com os compromissos de desenvolvimento sustentável, a fim de compreender as demandas de um consumidor cada vez mais exigente e consciente. O atual desafio da indústria cosmética é a obtenção de ingredientes e matérias primas que não utilizem métodos extrativistas, poluentes e que esgotam os nossos recursos naturais. Nosso olhar para o futuro está na predição dos hábitos das próximas gerações e as necessidades do meio ambiente, no intuito de desenvolver produtos que atendam as demandas dos novos consumidores e utilizem os recursos de forma sustentável, com isso acreditamos que a biotecnologia será grande aliada no atingimento deste objetivo.
Professora Dra.Amanda Duarte Gondin
Biografia
Professora de Química na UFRN e Coordenadora do Laboratório de Análise Ambiental, Processamento Primário e Biocombustíveis do NUPPRAR (LABPROBIO - NUPPRAR). Graduada, mestre e doutora em Química. Coordena a Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis (RBQAV) e o Programa de Recursos Humanos da ANP (PRH-ANP -37.1), além de participar do Comitê Técnico Consultivo do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). Atua como Perita do Ministério Público do Rio Grande do Norte - MPURN em Química Ambiental e lidera projetos de pesquisa em Valorização de Resíduos de Petróleo, Produção de Biodiesel, Hidrocarbonetos Renováveis e Hidrogênio, com enfoque em Bioquerosene e Diesel Verde, e também em Qualidade de Água e Contaminação Ambiental.
Professora Dra.Amanda Duarte Gondin
Título da palestra
Perspectivas e Avanços na Produção de Combustíveis Sustentáveis no Contexto de Biorrefinarias - Descarbonização do Setor Aéreo
Resumo
A indústria da aviação tem observado um crescimento significativo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), com um aumento anual de 3,4% na última década. Para enfrentar esse desafio, esforços têm sido direcionados para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), com o objetivo de alcançar a aviação carbono zero. SAF derivados de matérias-primas renováveis e sustentáveis, preferencialmente que não competem com alimentos, utilizam resíduos agrícolas e resíduos sólidos urbanos. Para viabilizar a produção de SAF em uma biorrefinaria, é necessário integrar processos de conversão termoquímicos, biológicos e eletroquímicos, convertendo carboidratos em combustível de aviação e outros químicos renováveis.
Dr. Boris Ugarte Stambuk
Biografia
O pesquisador é Professor Titular Aposentado, atuando como Professor Voluntário junto aos Programas de Pós-Graduação em Bioquímica, e Biotecnologia a Biociências da UFSC. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq de forma ininterrupta desde 1997 (atualmente PQ-1C), com Pós-Doutorado no National Renewable Energy Laboratory (NREL) e Department of Genetics da Stanford University. Já publicou uma centena de artigos em revistas especializadas e capítulos de livro (Índice H: 30 no Web-of-Science, e 36 no Google Acadêmico), tendo orientado 31 dissertações de Mestrado e 18 teses de Doutorado.
Dr. Boris Ugarte Stambuk
Título da palestra
Linhagens de S. cerevisiae recombinantes para a eficiente integração do bioetanol de primeira- e segunda-geração (1G/2G) no Brasil.
Resumo
Brasil e Estados Unidos se destacam na produção de etanol 1G, mas o combustível do futuro será o etanol 2G que já vem sendo desenvolvido em vários países. Uma das barreiras para a implementação do etanol 2G no Brasil é a lenta fermentação da xilose, quando comparado com a fermentação da sacarose, prejudicando a produtividade das usinas. Nesta apresentação mostraremos como é possível desenvolver leveduras recombinantes para a eficiente produção de etanol num conceito integrado de biorefinaria 1G/2G, através da co-fermentação de sacarose com xilose, o que deverá estimular a produção de bioetanol no Brasil.
Dr. José Carlos Cunha Petrus
Biografia
Professor Titular aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente exerce o cargo de Diretor Técnico da ELBERBIO P&D que desenvolve e comercializa cosméticos e proteínas hidrolisadas para indústria cosmética. Exerceu as funções de Coordenador do Curso de Graduação e de Pós-graduação em Engenharia de Alimentos, Diretor do Departamento de Pós-Graduação e Chefe de Gabinete do Reitor. Participou de Comissão da CAPES de avaliação da Pós-Graduação na área de Ciência de Alimentos. Foi Membro Titular da Câmara Técnica de Alimentos da ANVISA, Ministério da Saúde. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Processos com Membranas (SBPM). Possui Fator H de 32 com 2903 citações. Coordenou 10 edições do Workshop sobre Gestão e Reúso de Água na Indústria. Coordenou diversos Projetos de pesquisa e de formação, destacando-se aqueles financiados pela CAPES, como o CAPES/COFECUB, PROCAD e PNPD - Programa Nacional de Pós-Doutorado. Em 2022 recebeu da PETROBRAS a distinção “PRÊMIO 2022 – INVENTOR,” cuja pesquisa intitulada “MÉTODO PARA O CONTROLE DE BIOINCRUSTAÇÕES EM SUPERFÍCIES DE EQUIPAMENTOS” resultou em depósito de patente por aquela Empresa.
Dr. José Carlos Cunha Petrus
Título da palestra
HIDRÓLISE QUÍMICA/ENZIMÁTICA DE PROTEÍNAS PARA USO COSMÉTICO – DA ACADEMIA À INDÚSTRIA.
Resumo
São há tempos reconhecidos os efeitos benéficos das proteínas e seus hidrolisados peptídicos em formulações cosméticas, como shampoos, condicionadores, sprays, cremes e fortalecedores de unhas. O objetivo é conferir características desejáveis, principalmente hidratação, fortalecimento, brilho e substantividade ao cabelo; hidratação, redução de sinais e elasticidade à pele e fortalecimento das unhas. Os peptídeos solúveis resultantes da hidrólise das proteínas, especialmente aqueles de massa molar inferior à 500g/mol, têm maior facilidade de penetração tanto na pele, quanto no cabelo e unhas. Isto porque existe uma barreira que impede ou dificulta a permeação de alguns ativos em camadas mais profundas. Os peptídeos têm boa estabilidade, baixa toxicidade, eficácia à baixas concentrações e são produzidos relativamente à baixo custo. Estas características vêm fazendo com que ganhem destaque cada vez maior junto às Indústrias Cosméticas. Os hidrolisados proteicos de queratina, colágeno, trigo e de arroz, estão entre os mais utilizados em formulações cosméticas. Os objetivos que se quer alcançar pela adição destes hidrolisados em uma formulação cosmética devem direcionar as condições de hidrólise, para se ter um perfil de massa molar desejado ou associando-se hidrólise química à enzimática. Não raro, os produtos da hidrólise apresentam odores que podem ser incompatíveis para um determinada aplicação e precisam ser eliminados seja por adsorção, destilação, pervaporação ou reação química. Estes hidrolisados normalmente estão presentes em formulações cosméticas em concentrações que variam entre 0,5 e 5,0% de uma solução contendo entre 5 e 10% de peptídeos. Quando do desenvolvimento de um processo de hidrólise em escala laboratorial, seja no ambiente acadêmico ou industrial, para posterior escalonamento industrial, têm-se que ter em mente favorecer o processo no sentido de reduzir o número de etapas na indústria, correto dimensionamento e funcionalidade de equipamentos e, principalmente, não negligenciar os custos energético, de tempo, de substrato e de enzimas. Uma hidrólise laboratorial técnica e quimicamente bem sucedida pode não traduzir necessariamente numa hidrólise industrial de mesmo êxito, considerando-se, também, além das questões técnicas, o posicionamento e concorrência do produto no mercado.