Dados do Trabalho
Título
Cisto ósseo aneurismático em Órbita: relato de caso.
Fundamentação/ Introdução
Cisto ósseo aneurismático (COA) é uma lesão óssea benigna rara, osteolítica, localmente destrutiva, mais frequente em ossos longos e vértebras de pacientes jovens, sendo incomum sua ocorrência na órbita.
Objetivos
Relatar um caso de COA na órbita.
Delineamento e Métodos
Paciente feminina, 11 anos, sobrepeso, apresentando massa em região orbitária superior e proptose associada, há cerca de 20 dias, associada a dor local e piora de acuidade visual. Avaliação oftalmológica evidenciou proptose em olho esquerdo e distopia inferior, discreta restrição à supraversão e lateroversão, acuidade visual de 20/100, sem alterações neurológicas. A Tomografia Computadorizada evidenciou lesão expansiva no teto da órbita esquerda com inúmeros níveis líquidos, extensão intraorbitária e intracraniana, medindo cerca de 3.6 x 3.2 x 2.0 cm, com hipótese de COA ou tumor de células gigantes. Ressonância nuclear magnética, que corroborou a hipótese de COA, mostrando massa cística multiloculada, predominio intraconal e pequena extensão craniana, de aparente origem na asa do esfenóide. Realizada biópsia orbitária via sulco palpebral, evidenciando lesão com cápsula de consistência óssea e material no interior friável e de conteúdo sanguinolento. Após confirmação anatomopatológica, foi programada intervenção com abordagem neurocirúrgica, possibilitando ressecção de maioria da lesão, persistindo com pequena lesão residual súpero-posterior em órbita. Evoluiu com melhora significativa de proptose e dor ocular, sem alterações visuais, permanecendo discreta proptose em 9 meses de seguimento.
Resultados
A incidência de COA é de cerca de 0,14 casos para cada 1.000.000 habitantes, porém menos de 1% dos casos ororre na órbita. Apesar de rara, deve ser considerado no diagnóstico diferencial patologias ósseas da órbita, incluindo tumor de células gigantes do osso, condroblastoma, osteoblastoma, hemangioma, hemangioendotelioma, doença de von Recklinghausen e fibroma condromixóide. Apesar de sugestiva em exames de imagem, o diagnóstico definitivo requer realização de biópsia da lesão. O tratamento ideal é a excisão total e o reparo do defeito ósseo. Apesar de taxa de recorrência de 10% a 30%, a paciente mantém sem sinais de recidiva até o momento, apesar de persistir com lesão residual.
Conclusões/ Considerações Finais
COA é uma lesão orbitária rara, porém deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de tumores ósseos da órbita de crescimento progressivo.
Palavras-Chave
Órbita, cisto ósseo aneurismático, lesões orbitárias.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital de clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Araê Rigão De Oliveira, Fernando Procianoy