Dados do Trabalho


Título

TRANSPLANTE DE CÓRNEA EM CERATITE POR ACATHAMOEBA: RELATO DE CASO

Fundamentação/ Introdução

A ceratite por Acanthamoeba evolui, em geral, com intensa dor e difícil resposta ao tratamento, com potencial risco de cegueira. A seguir relatamos caso de difícil controle que evoluiu para transplante de córnea.

Objetivos

Relatar caso de ceratite por Acanthamoeba

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

Paciente do sexo feminino, 26 anos, sem comorbidades, usuária de lente de contato mensal com troca quinzenal, deu entrada no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis/SC, com queixa de dor intensa em OE. Já estava sendo submetida a tratamento em outro serviço por suspeita de úlcera bacteriana, apresentando quadro com flutuação de sintomas há duas semanas. Ao exame na admissão, apresentava AV com correção 20/20 OD e “conta dedos” a 1 metro OE, biomicroscopia OE com opacidade estromal anterior circular em média periferia corneana com epitélio íntegro. Devido à piora da sintomatologia, mesmo em vigência de tratamento adequado para a suspeita, foi mantido o uso de moxifloxacino 1% tópico e acrescentado tobramicina 0,3% colírio, cetoconazol 400mg/dia VO, aciclovir 2g/dia VO, também evoluindo sem resposta satisfatória. As culturas iniciais de raspado de córnea foram negativas para Acanthamoeba spp., fungos, germes comuns, micobacterias, BAAR e baciloscopia. Após evolução indolente e dor desproporcional ao quadro clínico, foi suspeitado de etiologia por Acanthamoeba e acrescentado à prescrição polihexametilbiguanida 0,02% tópica e isetionato de propamidina 0,5% tópico, porém com dificuldade na aquisição. Mesmo após uso apenas de polihexametilbiguanida 0,02% tópica durante sete dias, houve evolução insatisfatória e piora significativa da dor, evoluindo com edema corneano e acometimento epitelial. Diante do quadro de difícil controle, foi optado por realização de transplante de córnea penetrante em OE e coleta de fragmentos de córnea para cultura, que evidenciou trofozoítos de Acanthamoeba spp. Paciente mantém seguimento com melhora dos sintomas após 25 dias de pós-operatório, sem sinais de recidivas em botão doador e leito corneano receptor, apresentando a AV de 20/60.

Conclusões/ Considerações Finais

O advento dos casos de infecção de córnea por Acanthamoeba pode ser atribuído ao uso indiscriminado de lentes de contato, sem acompanhamento médico adequado, podendo evoluir com intensa dor e difícil tratamento. Sendo assim, a avaliação individualizada e conduta precisa tornam-se fundamentais para adequada condução do caso

Palavras-Chave

Ceratite, acanthamoeba, transplante de cornea

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Governador Celso Ramos - Santa Catarina - Brasil

Autores

Tacyana Picinin, Flavia Pirolli, Adriana Santos Soares, Ernani Luiz Garcia, Tatiana Bertholdo Szareski