Dados do Trabalho

Título

Síndrome de íris em plateau em paciente pós uveíte anterior

Fundamentação/ Introdução

A síndrome de íris em plateau é um mecanismo raro que leva ao glaucoma de ângulo fechado. Se refere ao desenvolvimento de ângulo fechado, seja espontaneamente ou após midríase, em olho com configuração de íris em plateau, apesar da presença de iridectomia patente. Pacientes com íris em plateau tendem a ser mulheres jovens, e com história familiar positiva de glaucoma de fechamento angular. O tratamento definitivo é feito com iridoplastia periférica com laser de argônio.

Objetivos

Relatar o diagnóstico de síndrome de íris em plateau, pós fechamento angular primário em paciente oligossintomática com queixa de alteração pupilar pós uveíte anterior.

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

Paciente B.B.S, feminina, 24 anos, vem à emergência oftalmológica do Hospital Regional de São José em 02/2022 com queixa de dor e ardência ocular em olho direito (OD), fotofobia e baixa acuidade visual (BAV). Acuidade visual (AV) era 20/20 em OD e 20/30 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia (BIO) apresentava reação de câmara anterior e hiperemia conjuntival em OD, sem alterações em OE. Aferido pressão intraocular (PIO) de11 e 20 mmHg, respectivamente. À fundoscopia, vítreo limpo, escavação de disco optico (DO) 0,4 OD e 0,5 OE. Foi iniciado tratamento com colírio prednisolona para uveíte anterior e associado a midriático. Após 6 semanas, retorna com relato de ter concluído tratamento prescrito e que sua pupila não retornou ao normal, negava queixas de dor, hiperemia ocular ou BAV. AV 20/40p AO (ambos os olhos). À BIO de OD com pupila hiporreagente, câmara anterior rasa. Aferida PIO de 45 e 29 mmHg a direita e esquerda, respectivamente. À gonioscopia foi visualizado fechamendo angular. Apresentava escavação total em olho direito, e escavação 0,8 Realizado iridotomia AO por fechamento angulas e prescritos 3 classes de hipotensores. Na reavaliação havia patência das iridotomias mantinha ângulo fechado, sem goniossinequias. Aventada hipótese de síndrome de íris em plateau, solicitados exames de triagem de glaucoma e biomicroscopia ultrassônica. Paciente aguarda demais exames, para dar seguimento e tratamento com iridoplastia.

Conclusões/ Considerações Finais

A síndrome de íris em plateau deve ser sempre considerada em paciente com fechamento angular primário. E esse quadro nem sempre se dá com sinais e sintomas típicos. Destaca-se a importância do seguimento desses pacientes, que podem rapidamente evoluir com dano glaucomatoso possivelmente irreversível.

Palavras-Chave

Fechamento angular primário, síndrome da íris em plateau, glaucoma, relato de caso