Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO CIRÚRGICO DE BURACO MACULAR SECUNDÁRIO A TOXOPLASMOSE OCULAR

Fundamentação/ Introdução

A toxoplasmose ocular é a principal causa de uveíte posterior de origem infecciosa na população imunocompetente, causando lesões de retinocoroidite, seja em infecção primária ou na reativação¹. Porém, a incidência de Buraco Macular (BM) secundária ao processo foi pouco descrita na literatura², sendo as consequências da infecção e o prognóstico da acuidade visual (AV) dependentes da localização da lesão.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com Buraco Macular de Espessura Total (BMET) secundária a reativação de infecção por toxoplasmose, fechado com sucesso através de vitrectomia posterior com peeling de membrana limitante interna (ILM), com melhora gradual da AV.

Delineamento e Métodos

O presente trabalho é um relato de caso. Paciente jovem, 40 anos, com reativação de toxoplasmose ocular em OD, com queixa de baixa AV (conta dedos a 1 metro) e escotoma central. A partir dos achados do exame oftalmológico e da sorologia IgG toxoplasmose reagente e demais sorologias sem alterações, considerou-se a reativação de toxoplasmose com BMET e lesão adjacente em atividade. Inicialmente, o tratamento foi com Sulfametoxazol, Trimetoprim com uso de 12 em 12 horas, prednisona via oral 50mg/dia e dexametasona colírio. Após 8 semanas, o OD apresenta múltiplas cicatrizes de RC, lesão previamente ativa já com bordos nítidos, sem exsudação, com BM adjacente e descolamento do vítreo poterior.OCT do OD apresentou BM com bordo temporal com retina mais organizada, sem sinais de atividade de RC, sem bordos elevados, sem cistos. Optou-se por vitrectomia posterior com peeling de ILM e C3F8 como substituto vitreo na tentativa de fechar o BMET.

Figura 1: Pré-operatório
A: BM

Figura 2: Pós-operatório
A: BM em melhor aspecto

Resultados

Pós-procedimento, observou-se a ausência de células vítreas ou lesão de RC ativa e fechamento completo do BM e hemorragias em reabsorção no PP. Houve boa evolução, melhora lenta e gradual da AV (20/200) e do escotoma. Paciente mantém uso de bactrim em dose profilática e segue em acompanhamento oftalmológico.

Conclusões/ Considerações Finais

Apesar da cicatrização da lesão perifoveal de RC, a paciente permaneceu com escotoma central devido ao BMET. O resultado do tratamento cirúrgico alcançou o objetivo de fechamento do buraco com melhora progressiva da AV.

Palavras-Chave

Toxoplasmose Ocular, Buraco Macular, Retinocoroidite

Área

Tema Livre

Autores

Juliana Martini, Julia Quadri Bortoli, Luísa Rodrigues Frasson, Bernardo Frare, Gabrielle Senter