Dados do Trabalho


Título

Esclerectomia profunda Não Penetrante (EPNP) como tratamento cirúrgico de glaucoma pediátrico secundário à uveíte anterior por Artrite Idiopática Juvenil (AIJ): relato de caso com mais de 8 anos de seguimento.

Fundamentação/ Introdução

O tratamento dos glaucomas associados a uveítes em crianças é um desafio pois muitas vezes o uso dos colírios hipotensores não é suficiente para o controle da doença. Estes casos evoluem para cirurgia anti glaucomatosa e inúmeras técnicas são descritas na literatura.

Objetivos

Apresentar um caso de Glaucoma pediátrico resultante de uveíte anterior por AIJ tratado com EPNP, que resultou em controle da pressão intraocular a longo prazo e sem complicações pós cirúrgicas.

Delineamento e Métodos

Relato de Caso

Resultados

Feminino, interna aos 3 anos (2005) por quadro de AIJ pauciarticular, FAN 1:80, com uveíte anterior bilateral e acuidade visual de 20/20 em OD e 20/100 em OE. Evoluiu com episódios refratários de uveíte anterior resistentes ao metotrexato, sendo necessário o uso de azatioprina e prednisona. Surge, posteriormente, catarata SCP, sinéquias em região nasal e inferior, e hipertensão grave em OD, possivelmente em decorrência do uso crônico de corticoide e de inflamação crônica, tratada inicialmente com medicações antiglaucomatosas. Realizou-se facoemulsificação com implante de LIO em 04/2013 e evolui com trabeculite pós-operatória. A PIO manteve-se alta durante o pós cirúrgico, entre 24 e 32 em OD, mesmo com o uso contínuo de 3 medicamentos hipotensores tópicos e acetazolamida. Foi submetida a EPNP no OD em 08/2013, mantendo a PIO, sem colírios hipotensores, com valores entre 10-12 até o presente momento.

Conclusões/ Considerações Finais

O glaucoma pediátrico por uveíte anterior é normalmente tratado por trabeculotomia, goniotomia, trabeculectomia ou implantes de drenagem por seus resultados já bem descritos na literatura. No entanto, a EPNP mostrou-se, nesse caso, como uma boa alternativa terapêutica a longo prazo. A paciente apresentou uma excelente evolução do seu quadro clínico, não dependendo mais de tratamentos cirúrgicos ou farmacológicos até o presente momento, em um acompanhamento de aproximadamente uma década.

Palavras-Chave

Glaucoma Pediátrico
Cirurgia anti-glaucomatosa
Esclerectomia profunda Não Penetrante

Área

Tema Livre

Autores

Bruno Brasil Rabolini, João Pedro Dalla Bona, Helena Pakter, Felipe Diligenti, Rodrigo Lindenmeyer