Dados do Trabalho
Título
Uso da farmacogenômica para o alívio das dores do paciente Oncológico
Fundamentação/Introdução
O câncer já emerge como uma das mais impactantes doenças em muitos países, e tende a se tornar uma das enfermidades mais prevalentes no mundo. A dor relacionada ao câncer acomete cerca de 50% dos doentes em todos os estágios da doença e em torno de 70% dos indivíduos com doença avançada (PIMENTA, Cibele. et. al. 1997). Quanto ao tratamento do câncer, a Farmacogenômica tem apresentado uma melhora na assertividade dos tratamentos (ALL OF US, USA). Dentro desse âmbito, o gene COMT tem papel relevante, pois ele é inativador de neurotransmissores (COOPER et al., 1997). Desta forma, o estudo dos seus polimorfismos pode ajudar os pacientes com câncer no controle da dor. O COMT também codifica uma enzima envolvida no metabolismo das monoaminas, os seus polimorfismos se correlacionam com a intensidade da dor, uma vez que a degradação da dopamina é menor em algumas variantes gênicas (LI et al., 2014; NACKLEY; 2010).
Objetivos
Observar a frequência do polimorfismo rs4680 em COMT em um grupo de mulheres com câncer de mama.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um Trabalho Científico baseado na tese de doutorado “Frequência de polimorfismo de base única em pacientes com câncer de mama ou próstata em uma população do Rio Grande do Sul”, no ano de 2019. Este trabalho avaliou 14 genes e 60 polimorfismos em 58 mulheres. A sub análise quanto a dor e as variantes de COMT não era foco do estudo original. O único critério de inclusão foi que as pacientes deveriam ter o diagnóstico estabelecido de câncer de mama invasivo e consentido em participar do estudo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade do Vale do Taquari.
Resultados
O nível de atividade da enzima COMT pode ser dividido entre alta, intermediária e baixa. Os pacientes com menor limiar para a dor, são aqueles com nível intermediário e baixo, onde ocorre o acúmulo de dopamina, o que leva tais indivíduos a ter uma maior propensão a quadros de hiperalgesia. Das 58 pacientes analisadas, 27,5% têm um nível de atividade elevado, 44,8% um nível intermediário e 27,5% um nível baixo. Considerando-se os grupos de risco para uma propriocepção da dor alterada, observou-se que 72,4% das pacientes se encontram neste grupo. Os achados que estão acima da média esperada, merecem estudos confirmatórios, podendo, caso se confirmem, ter grande impacto nas estratégias do manejo e controle da qualidade de vida no câncer no mundo.
Conclusões/Considerações finais
A dor é um problema comum entre os pacientes oncológicos. É essencial que se busque saber cada vez mais sobre esse assunto e formas de amenizá-lo, visto que é fundamental o alívio desse desconforto para uma melhor adesão ao tratamento, interferindo assim no prognóstico.
Palavras Chave
Oncologia. COMT. Tratamento. Dor
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Autores
YASMIN DIRCE ISER, ISABELLA DE CASTRO PADILHA, EDUARDA PEREIRA DA COSTA