16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

REDE DE DOR TORACICA COM SUPORTE DE TELEMEDICINA: IMPACTO NA TERAPIA DE REPERFUSAO E DESFECHOS CLINICOS

Fundamentação/Introdução

Introdução: O reconhecimento e o tratamento do infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMcEST) demandam rápida tomada de decisão. Diferentes formas de avaliação por um cardiologista em uma rede de telemedicina têm o potencial de melhorar o atendimento aos pacientes incluídos em um protocolo torácica.

Objetivos

Objetivos: Comparar o uso da estratégia farmacoinvasiva e os desfechos clínicos (insuficiência cardíaca e mortalidade) entre pacientes com IAMcEST de acordo com o nível de suporte da telemedicina em uma rede hospitalar privada brasileira.

Delineamento e Métodos

Métodos: Uma rede de dor torácica com apoio de um cardiologista por telemedicina foi implementada em 2012 em 22 hospitais e pronto-socorros. Inicialmente (fase 1), a decisão de discutir o caso com o cardiologista foi baseada no julgamento do médico de emergência. Em 2018, o uso da telemedicina foi modificado (fase 2) com cardiologistas dedicados 24h por dia, 7 dias na semana e que estavam disponíveis para discutir sistematicamente todos os casos incluídos no protocolo de dor torácica em todas as unidades da rede. A análise atual incluiu pacientes consecutivos admitidos com IAMcEST em unidades de emergência sem cardiologista e sem laboratório de hemodinâmica. O uso de fibrinolíticos e a taxa de insuficiência cardíaca e mortalidade hospitalar foram comparados em três períodos diferentes: 2011 (pré-telemedicina), 2013-2017 (fase 1) e 2018-1019 (fase 2 do programa de telemedicina).

Resultados

Resultados: Foram incluídos 1.034 pacientes (113 pré-telemedicina; 645 fase 1; 276 fase 2) com IAMcEST na análise. Comparando as três fases, não foram encontradas diferenças quanto à idade, sexo e comorbidades. As alterações na terapia de reperfusão mostram aumento no uso de terapia de reperfusão (fármaco-invasiva) com o apoio da telemedicina: 38% (pré-telemedicina) x 58.1% (fase 1) x 85.1% (fase 2 da telemedicina) e, no geral (fases 1 e 2) com 65.2% dos pacientes tendo recebido terapia farmaco-invasiva durante os anos de telemedicina (P<0.01). Nas comparações pré e pós-implementação da telemedicina (fases 1 e 2) houve também menor risco de insuficiência cardíaca com o suporte da telemedicina (22.1% x 14.3 %; P = 0,03) com melhor fração de ejeção (49,6% x 55,7%; P <0,01) e tendência a menor mortalidade (8% x 4,2%; P=0,05).

Conclusões/Considerações finais

A implementação de um protocolo de dor torácica, incluindo suporte de telemedicina, foi associada a um aumento significativo no uso da estratégia fármaco-invasiva e a melhores resultados para pacientes com IAMcEST.

Palavras Chave

Infarto Agudo do Miocárdio, Síndrome coronária aguda, Telemedicina.

Área

Clínica Médica

Autores

PEDRO GABRIEL MELO DE BARROS E SILVA, PATRICIA ROVERI, TIAGO FRIGINI, RENATO DELASCIO LOPES, VALTER FURLAN