16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

CARACTERISTICAS CLINICAS E COMPLICAÇOES HOSPITALARES DE PACIENTES COM ANGINA INSTAVEL NA ERA DA TROPONINA DE ALTA SENSIBILIDADE: DADOS DE UMA REDE NACIONAL DE DOR TORACICA

Fundamentação/Introdução

Introdução: A angina instável representa cerca de um terço dos pacientes internados por síndrome coronária aguda (SCA) no Brasil. Os valores negativos da troponina de alta sensibilidade identificam um grupo de baixo risco e os dados contemporâneos dessa população são limitados. Assim, é importante entender mais sobre a relação entre angina instável e várias comorbidades associadas e os riscos atuais relacionados a esse diagnóstico.

Objetivos

Objetivos: Avaliar as características clínicas e o risco de óbito em uma população representativa e contemporânea de pacientes com angina instável na era da troponina de alta sensibilidade

Delineamento e Métodos

Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, que analisou prontuários de pacientes com diagnóstico de angina instável, entre 2014 e 2020, encaminhados a um centro de referência de uma rede de dor torácica. Diferentes dados foram coletados: características demográficas, comorbidades, avaliação isquêmica, tipo de intervenção realizada, complicações e mortalidade.

Resultados

Resultados: Foram incluídos 843 pacientes, dos quais 37,3% eram mulheres. A mediana de idade foi de 62 ± 11 anos. A comorbidade mais comum foi hipertensão (82,3%). Em relação ao tratamento durante a internação, 40,9% (n = 345) foram manejados com estratégia de tratamento conservador, 41,6% (n = 351) foram submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP) e 17,4% (n = 147) à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) ) Quase metade dos pacientes (49,8%) tinha história médica pregressa de doença arterial coronária (DAC). Destes, 55,6% permaneceram com estratégia de tratamento conservador, 34,6% foram submetidos a ICP e 9,7% foram submetidos à CRM. Entre os outros 50,2% dos pacientes sem história de DAC, 81,3% foram diagnosticados com doença arterial coronariana obstrutiva e 90,4% deles foram tratados com estratégia invasiva (ICP ou CRM). Durante o período de avaliação, apenas três óbitos foram documentados durante a internação, todos decorrentes de complicações após a CRM.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: No Brasil, os dados de pacientes com angina instável ainda são limitados. Este estudo demonstra que a taxa de intervenção neste grupo é frequente, mesmo em pacientes sem diagnóstico prévio de DAC com troponina de alta sensibilidade negativa. Apesar disso, a incidência de óbito foi muito baixa nessa população contemporânea e ocorreu apenas em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio. Mais estudos são necessários para determinar o impacto da hospitalização e da intervenção coronária em desfechos clínicos relevantes entre pacientes com angina instável.

Palavras Chave

Palavras-chave: Angina instável, Síndrome coronária aguda, Doença arterial coronária.

Área

Clínica Médica

Instituições

BCRI - São Paulo - Brasil, Centro Universitário São Camilo - São Paulo - Brasil, Hospital Samaritano Paulista - São Paulo - Brasil

Autores

PEDRO GABRIEL MELO DE BARROS E SILVA, GIOVANA MORETI, GABRIEL QUEIROZ, RENATO DELASCIO LOPES, VALTER FURALN