16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Amiloidose Familiar por Transtirrenina TTR: um relato de caso

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: A Amiloidose Familiar por Transtirrenina TTR, também conhecida como Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF), é uma doença neurodegenerativa autossômica dominante. Cursa com deposição de fibras amilóides da proteína transtirrenina, secundária à mutação do gene TTR, levando a neuropatia autonômica e sensitivo-motora periférica, além de manifestações oftalmológicas, renais e cardíacas. O diagnóstico é realizado através da suspeita clínica, biópsia do tecido afetado e teste genético específico. As opções de tratamento são o transplante hepático e uso de medicação estabilizadora de tetrâmero TTR (Tafamidis).

Objetivos

OBJETIVOS: Demonstrar as manifestações clínicas da Polineuropatia Amiloidótica Familiar, visando facilitar o reconhecimento e compreensão da patologia, bem como reduzir o atraso diagnóstico.

Delineamento e Métodos

RELATO DE CASO: E.F.W, 66 anos, masculino, ex-tabagista, cardiopata, diabético, hipertenso e dislipidêmico, compensado através de medicações de uso contínuo. Buscou atendimento em hospital de referência por quadro de edema de MMII e distensão abdominal há 3 meses, com piora há 3 semanas. Associado ao quadro, relatou perda ponderal de 10kg em 4 meses e quadro de diarreia ocasional (2 episódios/dia), sem produtos patológicos, há 2 anos. Negou febre, sintomas respiratórios, gastrointestinais e geniturinários. Ao exame físico, apresentava como alterações ritmo cardíaco irregular, abdome distendido, com Piparote e Macicez Móvel positivos e edema com cacifo em membros inferiores.

Resultados

Durante a internação evoluiu com alternância do hábito intestinal, com duração de aproximadamente 4 dias, sonolência, hipoestesia distal simétrica, associado a frio intenso em membros inferiores e superiores. Solicitado Ecocardiograma, que evidenciou hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo e sugeriu diagnóstico diferencial de amiloidose cardíaca. Para elucidação, a Ressonância cardíaca foi realizada e confirmou o padrão de fibrose miocárdica de padrão não isquemico, compatível com amiloidose. Em conversa com o paciente, o mesmo relatou dois irmãos com quadros semelhantes. Nesse momento, foi aventada a possibilidade de síndrome genética, tendo a PAF como primeira hipótese. Foi realizado teste genético em ambos os pacientes, com resultados positivos para mutação.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: A PAF possui diagnóstico complexo devido a grande variedade de manifestações clínicas, mas é necessário atenção ao quadro sindrômico e a história mórbida familiar, para que o mesmo seja realizado de forma precoce.

Palavras Chave

Neuropatias Amiloides Familiares

Área

Clínica Médica

Autores

BEATRIZ CORREA PAMPLONA, TAYNÁ CRISTINA DA SILVA, RAQUEL ALMEIDA VIERGUTZ, TIAGO SPIAZZI BOTTEGA, REINALDO ROLDÃO D'AVILA JÚNIOR