16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE COMO COMPLICAÇÃO EM PACIENTE COVID-19 POSITIVO: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A infecção do SARS-CoV-2, chamada de COVID-19, tem se mostrado uma emergência mundial. Com isso, casos de miocardite secundária a essa doença foram descritos. Entretanto, ainda assim, sabe-se muito pouco acerca dessa complicação.

Objetivos

Apresentar um caso de miocardite secundária à COVID-19.

Delineamento e Métodos

Paciente masculino, 41 anos, técnico de enfermagem, relata infecção por COVID-19 em abril de 2020, apresentando anosmia, ageusia e dispneia. Optou por tratamento domiciliar com sintomáticos. Nos dois meses seguintes, evoluiu com tosse seca, que não cedia com automedicação (anti-histamínicos), dispnéia (Classe Funcional III da New York Heart Association - NYHA), astenia e edema de membros inferiores. Em julho, cita piora dos sintomas e início de um quadro diário de dor torácica com característica não anginosa, compatível com pericardite. Diante desse quadro, procurou atendimento médico especializado.

Resultados

Resultados laboratoriais alterados: triglicerídeos e potássio aumentados. Tomografia computadorizada do tórax: ausência de fibrose pulmonar. Holter de 24 horas: 14 ectopias supraventriculares e 20 ventriculares. Ecocardiograma: disfunção sistólica global moderada do Ventrículo Esquerdo (VE) às custas de hipocinesia difusa (fração de ejeção de 31%), associada a aumento das cavidades esquerdas. Ressonância magnética: função sistólica do VE reduzida (fração de ejeção de 40%), perfusão e viabilidade miocárdica do VE preservadas, discreta insuficiência mitral e aórtica. Realce tardio sugerindo quadro de miocardite. Foi iniciado, então, tratamento empírico otimizado para insuficiência cardíaca com fração de ejeção rebaixada (sacubitril/valsartana 97x103mg, espironolactona 25mg e succinato de metoprolol 50mg). Após seis meses, o paciente evoluiu com melhora dos sintomas, apresentando ressonância, ecocardiograma e teste ergométrico prognósticos evidenciando boa capacidade funcional (Classe Funcional I de NYHA) e ausência de arritmias esforço induzidas.

Conclusões/Considerações Finais

A COVID-19 pode apresentar sequelas cardíacas graves. Neste caso, a miocardite secundária à COVID-19 foi suspeitada pelo quadro clínico apresentado, sendo confirmada pela ressonância magnética cardíaca. Assim, entende-se que uma boa avaliação clínica é essencial para a suspeição da doença e, consequentemente, para início precoce do tratamento.

Palavras Chave

Miocardite; COVID-19; Coronavírus

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário FAMETRO - Amazonas - Brasil, Hospital Beneficente Português do Amazonas - Amazonas - Brasil, Universidade do Estado do Amazonas - Amazonas - Brasil, Universidade Nilton Lins - Amazonas - Brasil

Autores

QUEZIA VALERIO BRITO, EDUARDA CAROLINE LOPES DE FREITAS, LAURA CÔRREA PINHEIRO, ALEJANDRA DANAE MOURA ARANA, BERNARDO MEDEIROS CARVALHO