16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO DE ESPLENOMEGALIA: ASSOCIAÇÃO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA E LEISHMANIOSE VISCERAL- UM RELATO DE CASO.

Fundamentação/Introdução

Esplenomegalia é o aumento de tamanho do baço, podendo ou não ser acompanhado de perda de função do órgão, sendo um acometimento comum a diversas doenças. A investigação da etiologia de esplenomegalia é complexa e engloba doenças infecciosas, inflamatórias e infiltrativas, dentre as quais encontram-se a leishmaniose visceral e endocardite infecciosa. A leishmaniose visceral leva comumente a esplenomegalia, fato que não ocorre em relação a endocardite infecciosa, que, manifesta esplenomegalia em cerca de 30% dos pacientes (Assef et al, 1980). Ainda mais incomum é a associação em pacientes com esplenomegalia, dessas duas etiologias distintas que levem ao aumento do baço.

Objetivos

Relatar um caso de investigação de esplenomegalia em que ocorreu associação entre duas patologias que levam ao aumento do baço: leishmaniose visceral e endocardite infecciosa.

Delineamento e Métodos

As informações foram obtidas por meio de análise de prontuário e entrevista com paciente.

Resultados

Mulher, 34 anos, natural de Porto Velho e procedente do Maranhão, iniciou investigação ambulatorial de aumento doloroso do abdome com 5 meses de evolução. Foi identificada esplenomegalia e iniciada pesquisa de doenças infiltrativas e metabólicas, sendo descartadas. Internou-se devido piora do quadro álgico. Relatava diagnóstico prévio de febre reumática aos 15 anos de idade, com acometimento valvar. Na admissão, apresentava na ausculta cardíaca sopro sistólico regurgitativo e ruflar diastólico em foco mitral 4+/6+, além de esplenomegalia (cerca de 10 cm do Rebordo Costal Esquerdo). Tais achados motivaram a pesquisa de endocardite infecciosa e doenças tropicais (leishmaniose, esquistossomose). Realizou ecocardiograma transtorácico que apontou vegetação em cúspide valvar mitral, apresentou hemocultura positiva para Staphylococcus epidermidis, fechando diagnóstico de endocardite bacteriana, além de sorologia positiva para forma promastigota de Leishmania amazonenses, tendo um segundo diagnóstico de leishmaniose visceral. Após antibioticoterapia e uso de anfotericina lipossomal, evoluiu com regressão total de vegetação ao ecocardiograma, desaparecimento da febre e esplenomegalia.

Conclusões/Considerações Finais

Embora a investigação de esplenomegalia aponte para diagnósticos comuns, a associação entre leishmaniose e endocardite infecciosa é rara. Esse cenário aponta para a necessidade de uma análise sobre o achado de esplenomegalia, aliada a uma boa avaliação por meio da anamnese, exame físico e exames complementares com o fito de realizar um tratamento resolutivo.

Palavras Chave

Esplenomegalia, Leishmaniose Visceral e Endocardite.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário São Lucas - Rondônia - Brasil

Autores

ANA CAROLINE LEITE GUEDES, ROBERTA CRISTIANE OLIVEIRA DA SILVA, ARCHIMEDES FERNANDES ALVES DE SANTANA, ORISMAN MARTINS DE SOUSA ROCHA FILHO, FERNANDA GABRY SCAZUZA GOMES DE SOUZA