16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Pneumatocele como complicação tardia de infecção por SARS-CoV-2: um relato de caso

Fundamentação/Introdução

A infecção pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, com primeiro caso diagnosticado em dezembro de 2019 em Wuhan, na China, transformou-se rapidamente em pandemia. É uma infecção respiratória aguda grave que já acarretou mais de 500 mil mortes no Brasil. Dentre as complicações ao longo de sua evolução, a formação de pneumatoceles não está muito bem esclarecida e segundo a literatura ocorre em cerca de 10% dos pacientes infectados, devendo ser suspeitada quando paciente apresentar nova piora respiratória, mesmo após período de melhora clínica.

Objetivos

Relatar um caso de infecção por SARS-CoV-2 que evoluiu tardiamente com a formação de pneumatoceles.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso: Paciente masculino, 41 anos, sem comorbidades prévias. Admitido no hospital por queixa de síndrome gripal e com necessidade de oxigênio via cateter nasal devido a taquipneia e dessaturação. Teste positivo do RT-PCR na admissão. Tomografia de tórax inicial demonstrava infiltrado periférico com padrão em vidro fosco com acometimento de 50% do parênquima pulmonar. Evoluiu com melhora clínica e recebeu alta hospitalar após oito dias de internação. Retornou ao serviço sete dias após alta, com queixa de tosse seca, dispneia aos médios esforços e dor torácica ventilatória-dependente à esquerda. Realizada nova tomografia de tórax com presença de pneumotórax à esquerda e com duas dilatações císticas em lobo pulmonar inferior esquerdo, ambas com nível hidroaéreo, medindo até 6,5cm e 6,8cm, correspondendo a pneumatoceles. Realizado drenagem de tórax e análise do líquido da coleção cística do lobo pulmonar esquerdo. Iniciado antibioticoterapia com ceftriaxona e clindamicina por 21 dias, além da realização de ecocardiograma, hemoculturas e culturas do líquido da coleção cística, todos negativos. Após finalização de antibioticoterapia e retirada de dreno de tórax o paciente recebeu alta hospitalar e em acompanhamento ambulatorial após 2 meses da alta, realizou nova tomografia de tórax com resolução completa das pneumatoceles.

Resultados

.

Conclusões/Considerações Finais

Formações císticas em parênquima pulmonar decorrentes de infecção por SARS-COV-2, podem evoluir com rompimento e formação de pneumotórax, como ocorrido no caso reportado. Os mecanismos de formação de lesões císticas ainda não estão bem elucidados, entretanto devem ser lembradas em pacientes que apresentem piora de sintomas respiratórios mesmo após melhora de sua infecção, tornando-se necessário mais estudos para maior elucidação de fisiopatologia.

Palavras Chave

SARS-Cov-2; pneumatocele; pneumotórax; complicações; lesão cística

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M'Boi Mirim) - São Paulo - Brasil

Autores

LOURDES BETHANIA BRAGA DOS SANTOS, DENISE TELES E SILVA, JOANNA HELENA SILVA FONTES CORREIA, LORENA COLARES MARANHÃO, ISADORA ISHAQ ALVES