Dados do Trabalho

Título

USO DE BEVACIZUMABE NO TRATAMENTO DE ANGIODISPLASIA INTESTINAL: Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

As abordagens terapêuticas estabelecidas para tratamento de angiodisplasia intestinal envolvem procedimentos invasivos hemostáticos via endoscópica ou hemodinâmica. Devido envelhecimento da população e a presença de comorbidades, as terapias não invasivas de controle de sangramento digestivo vem ganhando destaque, como os anticorpos monoclonais inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (Anti-VEGF).

Objetivos

Relatar eficácia do Bevacizumabe, um anti-VEGF, no tratamento de hemorragia digestiva secundária a angiodisplasia intestinal em idoso com múltiplas comorbidades.

Delineamento e Métodos

Relato de caso realizado através de revisão de prontuário.

Resultados

Homem, 84 anos, portador de Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus Insulino Requerente, Obesidade, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Doença Arterial Coronariana (com passado de Cirurgia de Revascularização do Miocárdio) com implante de cardiodesfibrilador implantável e Fibrilação atrial permanente, em uso de ácido acetilsalicílico (AAS). Foi diagnosticado com Angiodisplasia de Jejuno através de cápsula endoscópica motivada por sangramento digestivo sem causa definida por endoscopia e colonoscopia. Hemoglobina (Hb): 7,8 e Hematócrito (Ht): 25,1. Após estabilização clínica com transfusão, levando em consideração as múltiplas comorbidades e a necessidade de se manter o AAS foi proposto tratamento com Bevacizumabe 5 mg/Kg intravenoso (IV) em dose única para evitar tratamento endoscópico invasivo. Em primeira dose houve elevação do Hb/Ht: 10,6 e 34,7 e estabilização do sangramento por 10 meses, sem relato de efeitos colaterais. Após 10 meses, cursou com novo evento hemorrágico e optado por realizar a segunda dose de Bevacizumabe 5mg/kg. Após 2 meses, Hb/Ht :14,6 /42,2 com estabilização do sangramento por mais 7 meses. Após o terceiro episódio optamos por manter a infusão semestral de bevacizumab IV para controle a longo prazo dos sangramentos.

Conclusões/Considerações Finais

Já está demonstrado na literatura a eficácia do bevacizumab no tratamento de angiodisplasia severa em pacientes com telangiectasia hemorrágica hereditária. O uso em angiodisplasia colônica do idoso não está estabelecido, sendo descrito apenas em relatos e séries de casos. Estudos randomizados controlados se fazem necessários para determinar os desfechos de eficácia e segurança do uso de Bevacizumabe no tratamento de angiodisplasia intestinal. O uso off label do bevacizumab para tratamento de angiodisplasia pode ser utilizado em casos onde o tratamento endoscópico não seja possível ou desejável.

Palavras Chave

Angiodisplasia Intestinal, Bevacizumabe

Área

Clínica Médica