Dados do Trabalho
Título
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA SECUNDÁRIA A COMPRESSÃO EXTRÍNSECA E ASSOCIAÇÃO COM DOENÇA NEOPLÁSICA OCULTA
Fundamentação/Introdução
O tromboembolismo é explicado pela tríade de Virchow, composta pela estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade. As substâncias pró-coagulantes produzidas pelas células tumorais favorecem a formação de um trombo no leito venoso profundo.
Objetivos
Identificar a síndrome paraneoplasica como fator de risco para a trombose venosa profunda (TVP), podendo a TVP ser a primeira manifestação clínica de uma neoplasia subjacente.
Delineamento e Métodos
Descrição de relato de caso com base na literatura.
Resultados
Paciente R.R., sexo feminino, 55 anos, nuligesta. Nega comorbidade, tabagismo e medicações de uso contínuo. Possui cirurgia prévia de pan-histerectomia devido a leiomiomas uterinos intramurais em 2017. Admitida no Hospital Santa Casa de Ourinhos em março de 2020 com queixas de piora progressiva de edema, calor e dor a manipulação de membro inferior direito com início há 50 dias. No exame físico vascular, apresentava edema em membro inferior direito +3/+4, perfusão periférica lentificada e sinais de Homans e Bancroft presentes. Apresentou ultrassonografia doppler venoso com laudo de trombose venosa profunda de veia ilíaca comum estendendo para veia poplítea e veia safena magna direita, além de achado incidental de massa abdominal. Foi iniciado heparina não fracionada em bomba de infusão 10ml/h por 24 horas, diosmina e hesperidina 500 mg 12/12 horas, sinvastatina 20 mg a noite na internação e varfarina 2 comprimidos no dia seguinte. Na tomografia computadorizada de abdome com contraste foi identificado lesão cística, sem septo, bem definida, dimensões 17x11x13 cm e volume 1288 ml com aparente origem anexial direita provocando compressão da veia ilíaca direita. Na laparotomia foi evidenciada massa anexial direita de aproximadamente 6 cm com alças intestinais e bexiga aderidas. O laudo da anatomia patológica e citopatologia foi cistoadenocarcinoma papilífero moderadamente diferenciado de ovário.
Conclusões/Considerações Finais
A trombose vascular associada ao câncer oculto é uma síndrome paraneoplásica conhecida desde 1865, denominada síndrome de Trousseau. Com base no relato de caso em questão, é possível correlacionar a compressão extrínseca e a hipercoagulabilidade consequente da neoplasia oculta como fisiopatologia da trombose. Dessa forma, diante de uma TVP sem causa identificável é importante investigar possibilidade de neoplasia para que este paciente tenha diagnóstico de câncer em estágio inicial, receba tratamento precoce e reduza risco de morbimortalidade associados a doença.
Palavras Chave
Tromboembolismo; TVP; neoplasia; hipercoagulabilidade
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Hospital Santa Casa de Ourinhos - São Paulo - Brasil
Autores
ANA PAULA VICENTE TECHENTIN, JULIANA VICENTE TECHENTIN, MARIANA BORGES FIRMO