16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

DOR PRECORDIAL NA EMERGÊNCIA: FIBRILAÇÃO ATRIAL NA SÍNDROME DE WOLFF-PARKINSON-WHITE

Fundamentação/Introdução

Cerca de 10-30% dos pacientes com a Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) desenvolvem Fibrilação Atrial (FA), geralmente de forma paroxística e não associada à cardiopatia estrutural. A FA na síndrome de WPW aumenta o risco de morte súbita em torno de 0,4% e faz parte do diagnóstico diferencial das taquicardias ventriculares.

Objetivos

Alertar sobre a importância do reconhecimento das arritmias e do diagnóstico diferencial entre elas nos pacientes jovens.

Delineamento e Métodos

Paciente masculino, 26 anos, portador de obesidade grau III, sem história familiar de síndrome coronariana aguda, procurou serviço de emergência devido a precordialgia do tipo pontada, sem irradiação, associada a palpitações e náuseas. Na primeira avaliação, foi realizado eletrocardiograma (ECG) com hipótese diagnóstica de taquicardia ventricular (TV) e marcadores miocárdicos elevados com troponina de 0,804 (VR= <0,10). Na origem, foram realizadas duas doses de amiodarona e iniciado protocolo de síndrome coronariana aguda, com AAS e clopidogrel. Foi encaminhado para nosso serviço terciário onde ao exame físico, paciente encontrava-se com PA 155X112 (PAM=126), frequência cardíaca de 120bpm e ausculta cardíaca e respiratória sem alterações. Realizou-se RX tórax que evidenciou área cardíaca aumentada e ecocardiograma com funções sistólicas dos ventrículos preservadas. Concluiu-se que no ECG da origem o diagnóstico era de FA na Síndrome de WPW (Figura 1), provável via acessória à direita e póstero-septal (Alta resposta ventricular).

Resultados

Foi submetido à cardioversão elétrica sincronizada e indicada suspensão de terapia anti-isquêmica, permanecendo assintomático e com novo ECG em ritmo sinusal, eixo normal, onda delta presente, PR=150ms, sem alterações isquêmicas (Figura 2). Paciente permaneceu estável com anticoagulação plena, manutenção de amiodarona e submetido à ablação de via acessória.

Conclusões/Considerações Finais

O caso mostra uma taquicardia pouco comum, a FA na síndrome de WPW, que faz parte do diagnóstico diferencial das taquicardias com complexo QRS alargado, sendo geralmente confundida com uma TV. Porém, ao ECG o R-R é irregular e há a presença de QRS com onda delta típica visualizados. A FA geralmente ocorre em pacientes que possuem via acessória com condução anterógrada, com pré-excitação. Apresentamos o caso de um paciente jovem com precordialgia e diagnóstico inicial de TV, no entanto, a identificação precisa de onda delta típica ao ECG e irregularidade R-R mudaram o desfecho e manejo do paciente que recebeu ablação de via acessória.

Palavras Chave

SINDROME DE WOLFF PARKINSON WHITE; TAQUIARRITMIAS; FIBRILAÇÃO ATRIAL.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina Barão de Mauá - São Paulo - Brasil

Autores

ANA BEATRIZ DE QUEIROZ GIOVANNETTI, ANNA CLARA DE MELO SOUSA FERRO, RAFAELA TAVARES MENDES, ANA LETICIA BIAGIOTTI, CAMILA MOTTA VENTURIN