Dados do Trabalho
Título
Lúpus eritematoso sistêmico associado a nefrite lúpica: um relato de caso
Fundamentação/Introdução
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, predominante no sexo feminino, de natureza autoimune e etiologia ainda desconhecida, além de caráter multissistêmico, sendo o acometimento renal a principal causa de morbimortalidade nesses pacientes. A injúria renal causada pelo LES é conhecida como Nefrite Lúpica (NL), podendo acarretar glomerulonefrites ou nefrites túbulo-intersticiais.
Objetivos
Objetivos: Relatar um caso clínico de lúpus eritematoso sistêmico associado a nefrite lúpica grave com necessidade de hemodiálise.
Delineamento e Métodos
Métodos: Estudo observacional do tipo relato de caso.
Resultados
Resultados: R.L.S, 41 anos, portadora de LES há cerca de 10 anos em tratamento regular com Hidroxicloroquina (HCQ), procurou a emergência apresentando anasarca, palpitações e picos hipertensivos, exames laboratoriais revelaram elevação de escorias nitrogenadas, anemia grave e hiponatremia. Tomografia de tórax apresentou sinais de congestão pulmonar e derrame pleural bilateral. Realizou pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias e seguiu em uso de prednisona 60mg/dia com programação de pulso com ciclofosfamida 800mg após rastreio infeccioso negativo. Evoluiu com importante piora clínica, taquidispneia, oligúria e acidose metabólica sendo transferida para unidade intensiva, submetida a intubação orotraqueal e iniciada terapia dialítica diária. Realizou pulso com ciclofosfamida evoluindo com melhora da congestão pulmonar e recuperação da função renal, suspendendo hemodiálise após 14 dias. Recebeu alta para enfermaria onde permaneceu em reabilitação até melhora clínica e alta hospitalar. Mantem seguimento no ambulatório de reumatologia realizando internações mensais para administração de ciclofosfamida pelo período de 6 meses. Mantem-se estável em doença renal crônica estágio II.
Conclusões/Considerações Finais
Considerações finais: O acometimento renal no LES constitui-se como fator de gravidade da doença, devendo ser frequentemente rastreado no seguimento do paciente lúpico através do exame do sedimento urinário, proteinúria de 24 horas, creatinina e albumina séricas, depuração de creatinina, C3 e anti-ds DNA. Quando constatado envolvimento renal recomenda-se realização de biópsia renal para sua classificação histopatológica, avaliação prognóstica e rápido início de tratamento com objetivo de controlar a atividade inflamatória e prevenir a evolução para a insuficiência renal crônica.
Palavras Chave
Lupus eritematoso sistêmico, nefrite lúpica, hemodiálise, pulsoterapia, metilprednisolona, ciclofosfamida
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Hospital São João Batista - Rio de Janeiro - Brasil, Programa de residência médica da prefeitura de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil, Secretaria Municipal de Saúde de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
DRIELLY SILVA FURTADO, FLÁVIO RIBEIRO PEREIRA, SIMARIA AMARAL OJEDA, MATHEUS RIBEIRO MONTEIRO