16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA POR ESTENOSE BILATERAL DE ARTÉRIAS RENAIS EM UM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A estenose da artéria renal é uma importante causa de hipertensão arterial sistêmica (HAS) secundária e disfunção renal, sendo a principal potencialmente curável. Em cerca de um terço dos casos, a estenose apresenta-se de forma bilateral.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente jovem, com hipertensão arterial de difícil controle com o uso de diversas classes de anti-hipertensivos e lesão de órgãos-alvo. O diagnóstico precoce da etiologia evitou a falência renal terminal e graves complicações cardiovasculares.

Delineamento e Métodos

Relato de caso clínico

Resultados

F.S.S, masculino, 18 anos, encaminhado ao ambulatório de clínica médica devido à hipertensão arterial estágio III, diagnosticada em unidade básica de saúde. Apresenta controle ineficaz da pressão arterial, apesar do uso de três classes de anti-hipertensivos em dose plena, incluindo um diurético tiazídico , além de retinopatia hipertensiva grau III, sobrecarga de câmaras esquerdas em eletrocardiograma, microalbuminúria e insuficiência renal progressiva. Em investigação da etiologia de hipertensão secundária, realizado ultrassom doppler de artérias renais, mostrando estenose bilateral de artérias renais. A alteração foi confirmada por angiotomografia de aorta abdominal com sinais sugestivos de displasia fibromuscular das artérias renais, mais evidente à direita com estenose superior a 80 %, e à esquerda, superior a 75%. Após obter consentimento do paciente, realizado arteriografia e angioplastia sem stent de artéria renal direita, e após 3 meses, de artéria renal esquerda. Paciente retorna ao ambulatório de clinica médica para acompanhamento, apresentando melhora da função renal e controle adequado dos níveis pressóricos após o procedimento cirúrgico.

Conclusões/Considerações Finais

As manifestações clínicas da estenose bilateral de artérias renais decorrem da hipoperfusão do rim, levando a alterações neuro-humorais, com consequente hipertensão arterial e a perda progressiva da função renal, se não tratada. Nesse caso, a investigação de hipertensão secundária se justifica pela existência de hipertensão refratária ao tratamento instituído em um paciente jovem, sem fatores de risco clássicos para hipertensão essencial, estando indicada a realização de exames complementares como ultrassom doppler de artérias renais. A arteriografia renal é considerada o padrão ouro para confirmação diagnóstica. Nos portadores de displasia fibromuscular, a angioplastia sem o uso de stents é o tratamento de escolha se a lesão for localizada, obtendo-se uma melhora da hipertensão em 90% dos casos.

Palavras Chave

hipertensão, etiologia, estenose, bilateral, artéria, renal

Área

Clínica Médica

Autores

CAROLINA MARIA SIMON, PAULO FRANZONI DA SILVA, RAIMUNDO RAFFAELLI FILHO, FERNANDO HENRIQUE MELO AMORIM PINTO, CAROLINA SALVI SCOMPARIN