Dados do Trabalho
Título
CONVULSÃO COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE FEBRE TIFÓIDE: RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
A Febre tifoide (FT) é causada pela Salmonella enterica sorotipo typhi A. O quadro clínico consiste em febre alta, dor abdominal, anorexia e outras alterações gastrointestinais. A doença pode se manifestar de forma grave incluindo complicações hemorrágicas e perfuração intestinal. O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. A leucopenia e alterações de transaminases são comuns em adultos. O tratamento consiste em antibioticoterapia. Embora a cefaleia seja prevalente, outros sintomas neurológicos são incomuns e a manifestação inicial com convulsão é rara em adultos. Relatamos um caso incomum de febre tifoide em região não endêmica com apresentação inicial mimetizando neuroinfecção.
Objetivos
Relatar um caso de manifestação atípica de Febre tifoide com convulsão.
Delineamento e Métodos
Relato de caso
Resultados
Paciente do sexo masculino, 50 anos, morador de área livre em São Paulo, admitido na emergência de um hospital terciário, devido a quadro de crise convulsiva não presenciada. Ao exame inicial apresentava-se febril (38,5°C), eupneico com ausência de sinais meníngeos. O exame físico mostrou hepatomegalia com fígado palpável a 2 cm do rebordo costal, sem outras alterações. Exames laboratoriais da admissão mostraram: hematócrito: 40,6%, hemoglobina: 12,1 g/dL, leucocitos: 3.300/mm com a presença de formas jovens e plaquetas: 120.000/mm³, creatinina: 1,35 mg/dL, aspartato aminotransferase 398 U/L, alanina aminotransferase 150 U/L, uréia: 24mg/dL e velocidade de hemossedimentação: 12mm. Os demais exames complementares não mostraram alterações. Realizada coleta de líquor sem alterações sugestivas de infecção. Sorologia para a dengue negativa. A bacterioscopia de amostra de sangue periférico mostrou presença de bacilos Gram negativos. Hemoculturas apresentaram crescimento bacteriano, após 24 horas de incubação, em duas amostras, sendo conclusiva para Salmonella typhi. O paciente manteve-se febril durante os primeiros dias de internação, durante esse período apresentou prostração, epistaxe, êmese, porém evoluiu com melhora clínica e ausência de febre a partir do 5º dia de tratamento com ceftriaxone.
Conclusões/Considerações Finais
Diante de um paciente com quadro inicial suspeito para neuroinfecção, após excluídas as causas mais comuns como as encefalites e meningoencefalites infecciosas, a presença de agentes menos comuns deve ser buscada. AFT deve fazer parte dos diagnósticos diferenciais em síndromes febris associadas à convulsão, sobretudo nas regiões endêmicas.
Palavras Chave
Febre tifoide, convulsão, febre.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Autores
BRUNO TONIAZZO, SARAH TUCCI DE BIASO, THIAGO BURIL FONTES, BRUNA VANESSA NUNES, CASSIO MURILO TROVO HIDALGO FILHO