16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Vasculite Leucocitoclástica após exposição da vacina para COVID-19

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de reações cutâneas tardias após a aplicação das vacinas já conhecidas como vírus Influenza, hepatite B e BCG é um evento raro, porém descrito na literatura. Com o advento da vacina contra SARS-CoV-2, especialmente as vacinas com RNAm (Phizer e Moderna), e a ampliação do número de pessoas vacinadas, algumas manifestações cutâneas vêm sendo reportadas, dentre estas: eritema, eczema, urticária, vasculite e pênfigo bolhoso. Em relação à vasculite, o mecanismo provável é a indução da deposição de imunocomplexos dentro de pequenos vasos.

Objetivos

OBJETIVO

Descrever um caso de vasculite leucocitoclástica 8 dias após aplicação da vacina contra a COVID 19 (Astrazeneca), sua abordagem diagnóstica e terapêutica empregada.

Delineamento e Métodos

DESCRIÇÃO DO CASO

MLLM, feminina, 60 anos, branca, oriunda da cidade de Florianópolis, com histórico de hepatopatia crônica, hipertensão portal, policitemia vera, hipotireoidismo e diabetes mellitus tipo 2, procurou atendimento devido ao aparecimento de petéquias e púrpuras em membros inferiores há 3 dias, associado a dor ao toque. Hoje iniciou com edema de pés e tornozelos bilateralmente. Nega febre, trauma local, uso de medicamentos novos e quadro prévio semelhante. Há 2 semanas vinha apresentando episódios de gengivorragia. Relata administração da segunda dose da vacina para COVID-19 (Astrazeneca) há cerca de 11 dias. No exame físico: apresentava esplenomegalia de grande monta, sopro sistólico 3+/6 audível em todos os focos, mais evidente no foco pulmonar, lesões purpúricas e petequiais em todo os membros inferiores, edema de tornozelos e pés 2+/4.

Resultados

Realizada investigação laboratorial com sorologias e pesquisa de crioglobulina, ambas negativas, e iniciada investigação conjunta com equipe da Dermatologia. Foram realizadas biópsias de dois punchs das lesões em membros inferiores. O exame histopatológico foi compatível com vasculite leucocitoclástica, sendo instituído tratamento com Prednisona 1mg/kg/dia, com melhora do edema e diminuição das lesões purpúricas. A dose da medicação foi mantida por 1 semana e reduzida para 40 mg/dia por 7 dias. A paciente aguarda retorno ambulatorial com a dermatologia para reavaliação e seguimento clínico.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO

No contexto atual da pandemia, deve-se considerar como diagnóstico diferencial as manifestações cutâneas ocasionadas por exposição vacinal contra SARS-CoV-2..

Palavras Chave

Palavras-chave: vasculite leucocitoclástica; vacina; covid-19

Área

Clínica Médica

Autores

FERNANDA AUGUSTA DA MOTTA CABRAL CARON, MATHEUS FRITZEN, GIOVANNA STEFFENELLO, MARIANA OLIVEIRA LUIZ