16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Apresentação Atípica de Macroadenoma Hipofisário Produtor de ACTH Cursando com Hiperprolactinemia e Hipotireoidismo Central. Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A ressonância magnética (RM) de sela túrcica para pesquisa de adenomas hipofisários (AH) e outros tumores da região é essencial na investigação etiológica de hiperprolactinemia. O AH produtor de corticotrofina (ACTH) corresponde apenas a 2 a 6% das neoplasias hipofisárias. Os AH podem ocasionar ainda, hipotireoidismo central, cuja prevalência na população é de 1:80.000 habitantes. Descreveremos o caso e os desdobramentos pós operatórios (P.O) de uma paciente com macroadenoma hipofisário produtor de ACTH apresentando-se clinicamente com amenorreia e galactorreia e diagnosticado durante investigação de hiperprolactinemia e hipotireoidismo central.

Objetivos

Discutir os princípios gerais no manejo dos tumores neuroendócrinos para o clínico. Evidenciar a apresentação silenciosa de um AH produtor de ACTH, sem achados de doença de Cushing.

Delineamento e Métodos

L.S.O, sexo feminino, 39 anos, dirigiu-se à consulta ginecológica referindo amenorreia e galactorreia. Após detecção de hiperprolactinemia e hipotireoidismo central, foi encaminhada ao endocrinologista. Solicitou-se RM de sela túrcica que revelou lesão expansiva suprasselar de 2,4 x 1,5 x 2,6 cm, com compressão quiasmática e contato com artéria carótida interna, compatível com AH. Apresentava também, à avaliação hormonal hipofisária, ACTH elevado e, à campimetria de confrontação, déficit visual bitemporal. A imunohistoquímica (IHQ) confirmou o diagnóstico de AH produtor de ACTH, porém silencioso devido ausência de achados clínico-laboratoriais de doença de Cushing. Após 6 meses da ressecção transesfenoidal (RTE) do tumor, apresentou remissão das queixas visuais e de galactorreia, retorno do ciclo menstrual de forma irregular e, na RM 3 meses após P.O, imagem nodulariforme na metade esquerda da sela túrcica sem extensão suprasselar de 1,2 x 1,2x 0,7 cm, com quiasma óptico livre, sugestivo de AH residual. ACTH sérico e níveis de prolactina com elevação discreta, mas com declínio relevante e demais hormônios normais.

Resultados

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Conclusões/Considerações Finais

Diante de um AH, é necessário avaliar compressão tumoral do quiasma óptico pela campimetria de confrontação, dosagem hormonal do eixo hipofisário para analisar a sua função e IHQ para confirmação de tipo histológico. Exceto o prolactinoma, a RTE é a intervenção de eleição para os AH, com taxas de sucesso médias de 62% para macroadenomas. O objetivo é a reversão clínica e hormonal dos distúrbios endócrinos, com preservação visual e ausência de recorrências.

Palavras Chave

Neuroendocrinologia; Adenoma Hipofisário; ACTH.

Área

Clínica Médica

Autores

DAVI FERREIRA MELO, LARA BEATRIZ DE MELO MENESES, MANUELLA MENESES CHAVES, LUÍSA ABERO VALLE, JOÃO PEDRO ROSAL MIRANDA