16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA ASSOCIADA À INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN EM UMA PACIENTE ATÓPICA - RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A esofagite eosinofílica (EE) é uma doença inflamatória crônica caracterizada por um infiltrado de eosinófilos no esôfago devido à reação de hipersensibilidade mista (IgE mediada e IgE não mediada), sendo estimada em 1:10.000. Está sendo cada vez mais diagnosticada em pacientes pediátricos e adultos, embora a epidemiologia dessa doença ainda não seja bem conhecida. Estima-se que entre 8 a 10% dos pacientes pediátricos com falha na resposta ao tratamento com inibidores de bomba de prótons para a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) apresentam EE. Há evidências de associação com atopia, 75% a 80% dos pacientes com EE são sensibilizados a aeroalérgenos ou a alérgenos alimentares, além de caráter familiar e aumento da expressão do gene eotaxina-3. Não está bem estabelecido o papel da alergia no processo, porém a melhora ou resolução do processo com a dieta de exclusão alimentar indica um papel da alergia alimentar em alguns pacientes.

Objetivos

Relatar a evolução de uma paciente atópica com esofagite eosinofílica associada à intolerância ao glúten.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso: F. S. T., feminino, branca, aos 5 meses de idade iniciou quadro vômitos e dor abdominal recorrente, diagnosticada com refluxo gastroesofágico e instituído tratamento com ranitidina regular. Aos 4 anos, apresentou sintomas de rinite alérgica e hiperresponsividade brônquica. Evoluiu com epigastralgia, pirose e alteração pônderoestatural. Aos 8 anos, apresentou engasgos e impactação com alimentos líquidos, sendo diagnosticada com esofagite eosinofílica, por meio de biópsia esofágica por endoscopia digestiva alta (EDA), e confirmada a associação à intolerância ao glúten por biópsia de duodeno. Instituído tratamento com bloqueador de ácido (omeprazol 40mg/dia), fluticasona inalatória oral (deglutida) 180 mcg, 1 jato de 12/12 horas e dieta isenta de glúten. Paciente evoluiu com remissão do quadro. Após abandono do tratamento e reintrodução do pão na dieta, apresentou vômitos, epigastralgia, disfagia, urticária e angioedema.

Resultados

Descrição do caso: Reiniciado o tratamento farmacológico e dieta de exclusão, com remissão do quadro clínico e EDA normal.

Conclusões/Considerações Finais

A EE deve ser lembrada quando a terapia com bloqueadores de bombas de prótons falha no controle dos sintomas. Além disso, a EDA com biópsia é fundamental para o diagnóstico da EE e pacientes com quadro de intolerância alimentar ao glúten.

Palavras Chave

Esofagite eosinofílica. Intolerância ao glúten. Imunidade.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário São Lucas - Rondônia - Brasil

Autores

MAYARA CRISTINA SIQUEIRA FARIA, GABRIELA VARGAS CARNEIRO, HILÉIA ALMONDES SILVA, SPENCER VAICIUNAS