16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO ENTRE SINTOMAS DE INSONIA E GRAVIDADE DO EPISODIO DEPRESSIVO MAIOR EM PACIENTES ACOMPANHADOS EM AMBULATORIO DE CLINICA MEDICA

Fundamentação/Introdução

Sintomas de insônia (SI) tem sido considerados fatores de risco para desenvolvimento de depressão. Apesar de ser uma dos sintomas não obrigatórios para o diagnóstico do episódio depressivo maior (EDM), no Brasil pouco se sabe se estaria associada com a gravidade deste transtorno mental.

Objetivos

1) Investigar a prevalência de SI e EDM.;
2) Analisar a relação entre SI e gravidade do EDM.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional e transversal, com inclusão de pacientes atendidos nos ambulatórios de Clínica Médica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG). Foram aplicados o Mini Exame do Estado Mental para exclusão de demência, os critérios do DSM – 5 para diagnóstico de EDM, Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton, com 17 itens (HAM-D) para avaliação da gravidade do EDM e a questionário com os SI (insônia inicial, intermediária ou terminal). Através do software SPSS 21® foram aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov, qui-quadrado, teste t de Student, regressão logística binária, Odds Ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Foi considerado o nível de significância de 5%.

Resultados

Dos 375 pacientes inclusos, 65,1% eram do sexo feminino. A idade variou entre 20 e 82 anos, com média de 45,9 ±14,5 anos. A prevalência de EDM foi de 33,3% (n=125). Houve associação positiva significativa entre o sexo feminino e EDM (p=0,001). Foi identificado algum SI em 164 pacientes (43,7%). A prevalência de insônia inicial, intermediária e terminal foi de 35,5%, 31,5% e 27,2%, respectivamente. Houve significativa associação positiva entre SI e EDM (OR=6,5; IC95%:4,0-10,4; p<;0,0001). Entre os SI, aquele com maior poder preditivo no diagnóstico de EDM foi a insônia inicial (p<0,001), seguido de insônia intermediária (p= 0,002) e terminal (p=0,03). Houve maior frequência de depressão grave naqueles com SI em comparação ao sem estes sintomas (26,8% e 1,4%, respectivamente; p<0,001). A presença de SI aumenta significativamente a chance de depressão moderada (OR=6,5; IC95%:3,1-13,3; p<0,001) e grave (OR=55,3; IC95%:16,4-186,6; p<0,001).

Conclusões/Considerações finais

Foi encontrada elevada prevalência de SI e EDM. Os SI foram importantes preditores para diagnóstico de EDM, especialmente a insônia inicial. Além disso, estiveram associados à detecção de depressão moderada e grave. Estes resultados apontam para a necessidade de investigação de SI e depressão entre os pacientes em atendimento ambulatorial na clínica médica.

Palavras Chave

Área

Clínica Médica

Autores

VITHORIA VIDOTTI NEVES, JULIO CESAR TOLENTINO, CAMILA RODRIGUES DE ABREU, ANA LUCIA TABOADA GJORUP