16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

FÁRMACOS COMO FATORES DE RISCO PARA O QUADRO DE DELIRIUM: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Delirium é definido como uma síndrome orgânica caracterizada por alterações nas funções psíquicas, manifestando-se, então, por perturbações da consciência, da atenção, do pensamento, da memória, e por vezes, alterações no comportamento psicomotor, nas emoções e ciclo sono-vigília. Habitualmente é associada a indivíduos que estão internados em leitos de terapia intensiva, entretanto estudos com população de idosos na comunidade revelaram uma prevalência entre 1 a 2%. Cerca de 36 a 67% das vezes o diagnóstico dessa síndrome não é realizado de maneira correta. Portanto, podendo trazer inúmeros prejuízos para esses pacientes. Então, deve-se ficar atento aos fatores de risco que estão associados a esta síndrome, principalmente a idade avançada e algumas classes de fármacos, que sozinhos chegam a constituir o fator etiológico em 12 a 39% dos casos.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente que evoluiu com quadro de delirium, destacando a importância da investigação dos medicamentos prévios utilizados para uma terapêutica adequada.

Delineamento e Métodos

J.A., 78 anos, deu entrada na unidade básica de saúde acompanhado da filha. A mesma relatou que o idoso apresentou uma piora do seu quadro demencial associado ao diagnóstico prévio de Alzheimer. O paciente evoluiu em menos de 24 horas com um quadro de agitação psicomotora, desorientação têmporo-espacial e alterações nos níveis de atenção e consciência. Através da ferramenta Confusion Assessment Method, o paciente foi diagnosticado com delirium e transferido para uma unidade hospitalar.

Resultados

Na admissão, apresentava uma frequência cardíaca de 36 batimentos por minuto, pressão arterial de 90x60 mmHg e afebril. Ecocardiograma prévio mostrava insuficiência aórtica discreta e remodelamento ventricular concêntrico. Na anamnese, foi identificado o uso de digoxina, clopidogrel e atenolol de 50 mg 2 vezes ao dia para tratar hipertensão arterial sistêmica. Após hipótese do atenolol estar causando bradicardia a ponto de comprometer a pressão de perfusão cerebral e causar delirium, o fármaco foi interrompido e substituído por olmesartan e paciente evoluiu com uma melhora clínica significativa

Conclusões/Considerações Finais

A associação entre diagnóstico rápido, observação de fatores de risco e controle etiológico são fundamentais para evitar desfechos desfavoráveis no quadro de delirium. Considerando alguns grupos de fármacos como fatores de risco, estes devem ser manejados cautelosamente.

Palavras Chave

Delirium; Idoso; Anti-hipertensivos.

Área

Clínica Médica

Autores

PAULO VINICIUS DE SOUZA REINALDO, ERIC CYMON VALE BESERRA, VINICIOS LOPES MARTINS CASSIMIRO, YASMIN IANCA MEDEIROS AZEVEDO, DIEGO HENRIQUE BRILHANTE MEDEIROS