Dados do Trabalho
Título
SEPSE EM JOVEM DEVIDO A PIELONEFRITE AGUDA POR UROPATIA OBSTRUTIVA
Fundamentação/Introdução
Sepse é a disfunção orgânica causada pela resposta exagerada do organismo frente a um patógeno infeccioso. No caso da pielonefrite o principal agente é a bactéria E. coli representando mais de 80%, enquanto outros microrganismos como a Klebsiella possuem menor taxa epidemiológica. Pielonefrite de etiologia obstrutiva costuma ter evolução insidiosa em paciente jovem e hígido, cursando com sintomas típicos como disúria e febre.
Objetivos
A presença de um cálculo obstruindo o ureter proporciona um meio de cultura para a proliferação bacteriana. A colonização por Klebsiella representa etiologia inusitada nos casos de pielonefrite, sendo um agravo na evolução da doença para septicemia.
Delineamento e Métodos
Relato de caso.
Resultados
Paciente J.T., sexo feminino, 28 anos, profissional da área da saúde, hígida, procura atendimento com queixas de cólica renal de inicio há 2 horas, associada a calafrios e febre. Ao exame físico apresenta-se hipocorada, sudoreica, com temperatura axilar de 38,1º, pressão arterial de 90/60 mmHg, frequência cardíaca de 132 bpm, dor a palpação profunda em flanco esquerdo e Giordano positivo. Nega queixas urinárias. Relata episódio prévio de cólica renal em 2015 com tratamento expectante. Na ultrassonografia de aparelho urinário foram encontradas imagens hiperecogênicas com sombra acústica distribuídas nos grupos calicinais do rim esquerdo, com discreta uretero-hidronefrose. Achados significativos em tomografia de abdome de cálculo hiperdenso, medindo 0,5 cm, no terço inferior do ureter esquerdo. Leucograma de 21.300/mm³ com 8% de bastões e PCR de 32,9 mg/L. Urina I com nitritos positivos e leucocitúria de 216.000/ml. Além de urocultura positiva para aerobiose com microrganismo Klebisiella sp 10⁶ UFC/ml. Diante do quadro foi realizado passagem de emergência do cateter duplo J. Após procedimento paciente apresentou piora do quadro álgico com elevação do PCR para 218 mg/L e leucócito de 22.800/mm³, mantida em internação por 4 dias. Foi prescrito como antibioticoterapia ceftriaxona no intra-operatório e levofloxacino por 14 dias após alta hospitalar, obtendo melhora do quadro.
Conclusões/Considerações Finais
Perante o quadro de sepse apresentado pela paciente, percebe-se que o curso da pielonefrite aguda pode ser agravado rapidamente em mulher jovem, mesmo na ausência de sintomas urinários. Ademais, é imprescindível a investigação precoce para adequado manejo de microrganismos resistentes, além de valorizar os sinais vitais como preditores de infecção sistêmica.
Palavras Chave
pielonefrite; sepse; ureterolitíase
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ - UNINGÁ - Paraná - Brasil
Autores
ANA PAULA VICENTE TECHENTIN, JULIANA VICENTE TECHENTIN, MARSAL MITSUO HARUNO DE VILHENA, MIRLA MIRTES MASTUB DE PAULA